Lacerda admite conhecer acusados de desvio, mas nega envolvimento
Valérya Próspero (RDNews)
O secretário da Casa Civil, José Lacerda (PMDB), afirma estar tranquilo quanto às declarações da ex-coordenadora da Conta Única do Estado, Magda Curvo, tida como principal articuladora do desvio de cerca de R$ 13 milhões dos cofres estaduais. Em depoimento na Delegacia Fazendária nesta quarta (23), a ex-servidora citou o nome do secretário ao explicar como o grupo que atuava no esquema tentou barrar as investigações da polícia.
Conforme Magda, o servidor Edson Rodrigo Ferreira Gomes, envolvido no caso, teria lhe dito que guardaria a documentação referente aos pagamentos irregulares feitos com recursos da Conta Única e recorreria a Lacerda para dar um "cala boca" e frear a apuração do crime. A influência de Edson junto a Lacerda se daria devido a proximidade entre as famílias de ambos.
A documentação a qual a ex-coordenadora se refere seriam certidões de autorização de pagamentos concedidas pelo secretário estadual de Fazenda, Edmilson Santos, a pedido do deputado Gilmar Fabris (PSD), à pensionista Maria Aparecida Oliveira, no valor de R$ 1,7 milhão.
Trecho do depoimento concedido por Magda Curvo à Polícia Fazendária nesta quarta (23)
Ao RDNews, Lacerda disse que a declaração de Magda não é o suficiente para o envolve no crime e avaliou a citação de seu nome como um ato de má-fé da ex-servidora. Embora tenha reconheido conhecer, tando Edson Rodrigo quanto ela, garantiu que não tinha conhecimento do que se passava na Sefaz. “Eu conheço o Edson, a família dele. Também conheço a Magda e a família dela, mas a responsabilidade é pessoal. É isso que diz a lei”.
O secretário enfatizou ainda que os fatos ocorreram antes dele fazer parte do Governo Silval Barbosa (PMDB) e que nenhuma das autorizações para pagamentos foi assinada por ele. Ressaltou ainda que a Casa Civil não esteve envolvida nas investigações, que são conduzidas pela Polícia Fazendária e Auditoria Geral do Estado, órgãos desvinculados da pasta. Ponderou, no entanto, estar à disposição da Justiça para prestar qualquer esclarecimento necessário.
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