FILHO DE SILVAL RELATA O INFERNO QUE PASSOU NAS GARRAS DE 3 DEPUTADOS ESTADUAIS "ESPECIALIZADOS" EM CHANTAGEM, AMEAÇAS E EXTORSÃO!
O empresário e médico Rodrigo Barbosa(FOTO), filho do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), afirmou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que deu três carros aos deputados estaduais Wagner Ramos (PSD), Silvano Amaral (PMDB) e José Domingos Fraga (PSD), em janeiro de 2016, como garantia de pagamento de uma propina de R$ 650 mil, acertada para que as contas do último ano de gestão de Silval fossem aprovadas pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).
O empresário, assim como o pai dele, firmou acordo de colaboração premiada com a PGR e a delação já foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Apontado como arrecadador de propinas no esquema liderado pelo pai, Rodrigo Barbosa pasosu mais de um mês preso no ano passado e terá de pagar R$ 3.558.508,54, segundo o acordo homologado pela Justiça.
Não foi possível contato com os parlamentares. Recentemente, Wagner Ramos afirmou que esteve com Rodrigo Barbosa por duas vezes, mas que o assunto tratado seria um garimpo, em Nossa Senhora do Livramento, a 42 km de Cuiabá. Ele afirmou, ainda, que repudia a trama do empresário para tentar envolvê-lo em atos ilícitos e que está à disposição da Justiça para prestar qualquer esclarecimento.
Na delação, Rodrigo Barbosa diz que se encontrou com o deputado Silvano Amaral no segundo semestre de 2015, próximo ao período em que a Casa de Leis iria votar as contas de SIlval Barbosa referentes ao ano de 2014, e que o parlamentar reclamou não ter contado com a ajuda do ex-governador durante a campanha eleitoral. Na ocasião, Silvano fazia parte da comissão que avaliaria as contas de Silval e teria dito que, para conceder voto favorável à aprovação das contas, o empresário deveria pagar R$ 200 mil.
Deputado Wagner Ramos (PSD) teria cobrado R$ 250 mil de propina como relator das contas da gestão de 2014, segundo Rodrigo Barbosa (Foto: Maurício Barbant/AL-MT)
O empresário afirmou que agendou, no dia seguinte, uma conversa com os demais membros da comissão, principalmente com o deputado Wagner Ramos, que era o relator. Segundo Rodrigo Barbosa, o encontro com o parlamentar ocorreu no dia 15 de dezembro de 2015, quando Wganer Ramos teria exigido a quantia de R$ 400 mil para votar favorável às contas de Silval, tendo recebido uma contraproposta de R$ 250 mil.
Posteriormente, segundo o empresário, o acordo de propina com Wagner Ramos teria sido firmado, a partir da intervenção do deputado Romoaldo Júnior (PMDB). Barbosa dissse que apenas efetuaria o pagamento após o parecer favorável da comissão, o que ocorreu no dia 18 de dezembro daquele ano.
A conversa teria sido gravada por um celular, segundo o delator.
Segundo o empresário, Wagner Ramos teria dito à ele que Silvano Amaral e José Domingos Fraga "estavam fechados na votação", devendo o delator pagar R$ 250 mil para o relator, R$ 200 mil para Amaral e R$ 200 mil para Fraga - apesar deste último ter decidido se afastar, dias depois, e não participar da votação.
Rodrigo Barbosa afirma, na delação, que nunca se encontrou ou com conversou com José Domingos Fraga durante todo o processo, mas que o parlamentar se afastou da presidência da comissão porque era da base governista e não queria se indispor com o atual governo, assumindo no lugar dele o deputado Baiano Filho, que acabou por votar a favor da aprovação das contas de Silval.
Segundo o empresário, após a posição favorável da comissão, as contas foram para o plenário e ele passou a acompanhar o cumprimento do acordo, tendo feito o pagamento aos três parlamentares em janeiro de 2016, após ser cobrado pelo representante de Silvano Amaral.
De acordo com o delator, enquanto o tio dele seguiu para Matupá, a 696 km de Cuiabá, a fim de levantar o dinheiro da propina, ele repassou aos parlamentares três automóveis: duas caminhonetes - uma L200 e uma Hilux - e um Audi Q3.
"Os deputados estaduais Wagner Ramos, Silvano Amaral e José Domingos Fraga permaneceram na posse dos automóveis, mas ao final devolveram os automóveis Hilux SW4 e Audi Q3, recebendo em seu lugar o equivalente em dinheiro. A diferença para completar a quantia de R$ 650 mil foi paga em dinheiro em espécie", disse o empresário.
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