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sábado, 11 de abril de 2020

PROFESSORES PASSAM FOME NO GOVERNO MENDES

Cerca de 8 mil trabalhadores da educação, interinos da rede estadual de Mato Grosso, estão fora do programa de assistência do governo federal (R$ 600,00) e, ainda, encontram-se desamparados pelo governo Mauro Mendes. Porém, mesmo sendo contribuintes e fundamentais para o funcionamento da Educação Pública estadual, estão descartados de qualquer provimento de subsistência durante a pandemia. A professora Dayane é um exemplo do descaso do governo de Mauro Mendes. Interina há dez anos, na mesma unidade educacional, em Juruena (930 km da Capital) está sem rendimentos desde janeiro. Desde então tem se mantido com os R$ 300 de pensão do filho. “As contas estão sem pagar, nem comprando estamos mais”, relata fazendo menção a irmã e amigas que atuam nas mesmas condições que ela. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Valdeir Pereira, é como diz a fábula, o governo de Mato Grosso está matando a galinha dos ovos de ouro. “Ao mesmo tempo que alega crise econômica, impacto para as pequenas empresas, desconsidera ações que auxiliarão essas famílias a continuarem mantendo a engrenagem econômica. O governador reafirma a visão equivocada sobre quem sustenta a economia”, disse A professora Maria de Fátima, lotada em escola na capital, está nas mesmas condições da colega Dayane. Aguarda a atribuição na escola onde lecionou em 2019. “Contei pontos lá”, esclarecendo que há necessidade do profissional contratado para a vaga. A professora, assim como defende o Sintep/MT, acredita que poderiam ser enquadrados e, como ocorre com os efetivos, iriam repor as aulas na retomada do ano letivo. As dificuldades também estão sendo enfrentadas pelos profissionais contratados para vagas de Apoio Administrativo Educacional (AAE). A funcionária da infraestrutura (limpeza), Miriam , está na função pelo segundo ano. Trabalhou na escola até do dia 20 de março e, antes da renovação do contrato, dia 23, foi dispensada pelo governo. “Estamos vivendo uma situação difícil, pois meu filho também está desempregado e eu cuido de um netinho de seis meses. Estamos fazendo o que dá, atrasando inclusive o aluguel. Mas não sei até quando”, disse desestimulada com o posicionamento do governo. Também apoio administrativo educacional interino, Rogério está “correndo atrás” para sobreviver. A esposa produz pão caseiro e esta tem sido a única fonte de renda da família, composta ainda por dois adolescentes, de 10 e 15 anos. “No quadro de isolamento nossas encomendas variam dia sim dia não. Até o mês passado conseguíamos em média R$ 800,00”, relata. Esse novo enfrentamento que o Sintep/MT faz com o governo Mauro Mendes está sustentado nas mesmas defesas feitas durante a greve, "Educação não é gasto, é investimento. O governo não admite que assegurar emprego é garantir uma economia saudável e a sobrevivência dos mais vulneráveis", conclui o presidente.

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