NOBRE CALOTEIRO
Jornaleiro morre de desgosto sem receber dívida de Pedro Rosinha Taques
Durante 20 anos, Deolindo Belatto, também conhecido como “Gringo”, abriu a banca de revista ao lado da tradicional padaria Los Angeles, às 6h da manhã, para uma clientela seleta, formada por políticos, juízes, empresários e... procuradores.
A foto acima é do local onde sua lenda foi construída. Lenda porque o velho Gringo morreu, talvez de desgosto, após ter sido despejado do local e contabilizar em sua caderneta tantos calotes.
Comenta-se nas altas rodas que o 'fantasma' do Gringo ainda tenha muito para receber na praça, e pelo reconhecido mal-humor, não vai deixar barato. Entre seus clientes está a figura máxima do estado, o campeão mundial de judô, Pedro Taques.
Ex-procurador, Taques comprava revista lá, de todo tipo, se interessava por tudo mesmo. Deixava ao menos R$ 400,00 reais pendurados, todos os meses. Às vezes mais, outras menos.
E para pagar? Tudo fiado, no fio do bigode (que Taques não tem), conforme tradição da 'casa'. Para receber, ninguém dava tanto trabalho. O dono da banca tinha que ir na procuradoria, e esperar. Após meia-hora, ou uma, ou duas... E o velhinho esperava, pois revistas são consignadas, ou seja, a distribuidora ao final do mês recebe, sempre.
E aí quando o pagamento vinha em forma de cheque, e sempre vinha, o velho ‘gringo’ da banca tremia. O cheque significava outra espera, quase sempre não tinha fundos, então era outro mês, sempre passando suadouro, até que um dia se cansou, e foi embora para sempre.
Bom pagador o campeão de judô nunca foi. Caloteiro? Aí ninguém diz que não, pois muita gente está suando a camisa para cobrar, e se desgostando por não receber, o que é devido.
Essa história ilustra bem o momento que o estado vive hoje, com muitas empresas fechando as portas por falta de incentivos e pagamentos, empresários tendo que entrar na justiça para receber do estado, pessoas buscando amparo jurídico para serem atendidas nos hospitais, funcionalismo fazendo greve para tentar receber o que é de direito.
Nunca, antes, Mato Grosso foi tão mal administrado. Espera-se que outros 'Gringos' não morram, de desgosto e decepção. (MUVUCA)
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