Ely Santantonio
Curto&Grosso
Uma vida agitada II
Em 1995 fui detido com três seguranças (um deles entrou armado de um 38) dentro da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. O presidente, então, era o deputado Gilmar Fabris. O secretário de Comunicação, meu arqui-inimigo ainda dos tempos do governo Jayme Campos, o jornalista Paulo Leite.
Na época, rompido com Dante de Oliveira, sem recursos para tocar o Liberal, vendi uma gráfica que o deputado Roberto França tinha me dado dois anos antes, outros bens na Capital e fui mecher com uma mineradora de diamantes no Médio Norte.
Trinta máquinas (motores possantes e bebedores), 150 homens para alimentar e muitos sonhos.
Diamante é assim: quando você tem muita grana e não precisa dele, o bicho aparece de montão. Pude apreciar essa dádiva 6 anos depois, no mesmo lugar, com menos máquinas e menos homens.
Em 1995 o diamante sumiu. Com dívidas, muita gente para alimentar, lembrei que a AL me devia uns quatro meses de acerto. Fui lá cobrar... Não sabia que o Paulo Leite tinha assumido a Secom.
Pedi aos seguranças que deixassem os trabucos no carro. Um deles, o "mais esperto", achando que estava entrando num dos cabarés do garimpo, entrou na AL com um 38 todo enferrujado, mas com 6 balas no tambor.
Ao adentrar na sala do secretário, fui recebido por um Paulo Leite raivoso, embrutecido pelos quatro anos de cacetes recebidos na gestão Jayme, e querendo vingança a qualquer custo por denúncias feitas contra ele e família Campos.
Sem nada para publicar contra o então secretário, um dia (1993), bêbado, descobri que estava sendo penalizado por uma estranha anomalia no "toba". Podia ser um simples hemorroide.
Não deu outra. A manchete do dia seguinte (meu Liberal era diário) foi: "Castigo Divino tarda mas não falha... Paulo Leite está milionário, mas canceroso na região anal!"
Ganhei um inimigo mortal para o resto da vida.
Pois bem, ao adentrar na Secom AL, percebendo que tudo desandaria para uma pancadaria fatal (para mim), iniciei de pronto um "bate-boca" com o secretário, bem alto.
Logo a porta foi "arrombada", entrou a turma do "deixa disso" e também meus seguranças.
Também os seguranças da Casa,policiais que nos detiveram numa ante sala presidencial.
Logo duas viaturas da PM estavam paradas na porta, esperando pelo "embarque".
Um tenente e um coronel PM (mais tarde seria comandante da Guarda Municipal de VG), esperavam apenas por uma decisão superior. Provavelmente entraram em contato com o presidente Gilmar Fabris...
E ela veio: Fomos liberados depois de (eu) prometer ao secretário Paulo Leite, na presença de todos, que nada tentaria ou mandaria atentar contra sua pessoa; depois de apreendido o revolver, fomos liberados para desgosto de muitos policiais e alguns "amigos jornalistas" já a espera do engaiolamento.
A partir daí percebi no Paulo Leite, além de um profissional competente, também um ser humano com outras ótimas qualidades. E nunca mais o pertubei nos cargos que passou a ocupar, desde essa época.
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