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terça-feira, 30 de junho de 2015

VERGONHOSO E IMORAL

PRIMEIRA DAMA DO ESTADO CONTRATADA PARA DEFENDER MAFIOSOS SONEGADORES RESPONSÁVEIS POR ROMBO DE R$ 300 MILHÕES 


TEXTO: JOSÉ MARCONDES MUVUCA 




Dos três diretores da Cooperativa Agrícola de Mato Grosso (Cooamat), investigados por causar, segundo relatório da primeira CPI, R$ 300 milhões em prejuízo ao estado através de elisão fiscal, pelo menos um, Roberto Machado Bortoncello, contratou o escritório da primeira-dama de Mato Grosso, Samira Martins.
A informação consta em documento entregue anonimamente à redação do Muvuca Popular, que comprova a ligação contratual da esposa do governador Pedro Taques com um investigado em CPI.
 
Através de procuração, Bortoncello confere amplos poderes de representação à Saulo Rondon Gahyva, sócio de Samira Martins no escritório Gahyva & Martins Advocacia, para que possa atuar em procedimentos judiciais, investigatórios e/ou administrativos de qualquer natureza.
 
Esta não é a primeira vez que a esposa de Taques ganha contrato de empresas e entidades consideradas milionárias. Em 2012, logo após o então procurador Pedro Taques assinar ficha de filiação ao PDT e anunciar sua candidatura ao senado, Samira Martins, (OAB-10.029) fechou um contrato com o Sindicato dos Distribuidores de Combustíveis do Estado (Sindpetroleo) e maios outros 60 clientes, muitos dos quais mensalistas.
 
Seu mais novo contratante, Roberto Machado Bortoncello, é diretor administrativo e financeiro da Cooamat e diretor de compras e vendas do Grupo Bom Futuro, cujo dono, Eraí Maggi, também é o maior doador de campanha do governador de Mato Grosso.
 
Roberto Bortoncello, que trabalha no setor de vendas do grupo, está sob suspeita de ter participado de um sofisticado esquema para sonegar tributos estaduais e federais, além de driblar leis trabalhistas e estabelecer concorrência desleal em prejuízo do setor produtivo do estado, através do uso de ‘laranjas’ e ‘testas-de-ferro’. A Assembleia Legislativa já havia aberto a CPI da Cooamat no ano de 2014, e teria tentado sua convocação para depor, mas sem sucesso.
 
Dentre a lista de possíveis irregularidades cometidas pelos investigados, está o fato da cooperativa se valer de benefícios fiscais legítimos referentes à aquisição de insumos agrícolas aos seus cooperados, tendo posteriormente desviado os produtos para as fazendas do Grupo Bom Futuro.
 
A primeira CPI sobre o caso já havia detectado que o grupo teria burlado a legislação trabalhista - por meio da Cooamat, fazendo com que Eraí Maggi e seu “Bom Futuro” deixasse de pagar os devidos impostos, além de ter sonegado o Programa de Integração Social (PIS), Contribuições para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
 
Além de financiar Taques na campanha, e sua esposa, após eleito, o grupo investigado também bancou parte da campanha de um outro membro da CPI, deputado Wilson Santos, que vem a ser líder do governo na Assembleia.
 
Não se sabe quanto vale a 'assessoria' de uma esposa de governador a um investigado. Embora se saiba que governador Pedro Taques levou em seu avião, em viagem feita para Rondonópolis na última semana, o deputado Zé do Pátio, presidente da CPI que foi reaberta nesta legislatura para investigar sonegação e renúncia fiscal.

Pátio, Wilson Santos e mais dois deputados governistas, ouvirão o cliente de Samira Martins nos próximos dias.

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