Empresa de sócio do governador Silval Barbosa abocanhou R$ 300 milhões do governo e "alimentava" BANCO CLANDESTINO em Mato Grosso
LIGADOS CORPO E ALMA: Neste flagrante postado na internet, Silval e seu sócio Wanderley "torram grana" num cassino supostamente clandestino...
Todos os políticos bem informados sabem em Mato Grosso que o governador Silval Barbosa é sócio do empresário Wanderley Torres, não apenas na construtora TRIMEC como também em várias outras empresas, incluindo as de mineração. Ano passado a AL MT ensaiou uma CPI para apurar o lucrativo relacionamento, mas foi barrada no nascedouro. Neste final de semana o jornal Foha de São Paulo (aparentemente sem saber da misteriosa sociedade) deu destaque aos "rolos" envolvendo Trimec, Silval, Wanderley, Junior Mendonça e outros graduados. Confira o texo:
Uma empreiteira que recebeu mais de R$ 300 milhões do governo de Mato Grosso desde 2007 é um dos principais alvos da operação Ararath, da Polícia Federal.
A operação, que teve a quinta fase deflagrada nesta semana, investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos com braços em todos os Poderes de MT.
A Trimec Construções e Terraplenagem, do empresário Wanderley Torres, recebeu cerca de R$ 310 milhões do governo desde 2007, nas gestões Blairo Maggi (2003-2010), atual senador pelo PR, e Silval Barbosa (PMDB).
Todos são investigados na operação. Na última terça (20), a PF fez buscas na casa do governador e chegou a prendê-lo por posse ilegal de arma - ele pagou R$ 100 mil de fiança e foi liberado.
Também houve busca e apreensão na sede da Trimec em Cuiabá, na casa do empresário Torres e em outras duas empresas do grupo. A PF pediu buscas contra Maggi, negadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Nesta semana foram presos Éder Moraes (PMDB), secretário da Fazenda na gestão Maggi e da Copa no governo Barbosa, e o deputado estadual José Riva (PSD), presidente afastado da Asssembleia Legislativa de Mato Grosso – este teve a prisão revogada nesta sexta (23).
A principal testemunha do caso é o empresário Gércio Mendonça Júnior, das firmas Amazônia Petróleo (rede de postos de combustíveis) e Globo Fomento (factoring).
A suspeita é que as firmas do empresário funcionassem como um "banco clandestino", recebendo empréstimos privados fraudulentos e dinheiro público desviado. Só a conta pessoal e de quatro empresas de Mendonça Jr. movimentaram mais de R$ 500 milhões de 2004 a 2010.
Conhecido como Júnior Mendonça, ele resolveu colaborar com as investigações em fevereiro deste ano e presta informações em regime de delação premiada (em troca de benefícios na acusação).
A Folha mostrou que apenas a Amazônia Petróleo recebeu ao menos R$ 12,1 milhões da gestão Barbosa desde 2011, e já manteve desde 2009 contratos com Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça e Prefeitura de Cuiabá, entre outros órgãos.
Interceptações telefônicas na operação mostraram que Mendonça Jr. ligou para o celular do governador em janeiro de 2012 para marcar uma reunião.
O empresário também disse ter emprestado, a pedido de Barbosa, R$ 4 milhões para a campanha do governador em 2010, além de ter pago gastos com pesquisas (R$ 300 mil) e convenção partidária (R$ 150 mil). Em depoimento à PF, Mendonça Jr. disse que em 2008 emprestou outros R$ 4 milhões a Barbosa, que à época era vice-governador. Essa operação, segundo o delator, teria dado origem ao suposto esquema de "banco clandestino" envolvendo políticos do Estado.
Ele diz que, em março de 2009, foi cobrar a dívida de Barbosa recorrendo a Moraes, então secretário da Fazenda.
Moraes, segundo ele, pediu então que recebesse um depósito de R$ 5,25 milhões da Tocantins Advocacia, um escritório de advogados de Cuiabá (MT) -transferência comprovada em quebra de sigilo bancário.
O então secretário da Fazenda disse, segundo Mendonça Jr., que esse dinheiro era parte de R$ 9,5 milhões que ele, Moraes, tinha a receber do escritório de advocacia.
Moraes afirmou ainda, sempre segundo a delação de Mendonça Jr., que o dono do escritório de advocacia havia aberto uma conta com Wanderley Torres, dono da Trimec, para receber R$ 19 milhões de um precatório (dívida do Estado de MT paga por ordem judicial).
O precatório em questão, conforme atestou o Tribunal de Contas do Estado, "furou a fila" desses pagamentos, que têm que seguir uma série de prioridades. Isso ocorreu em 2007, na gestão Blairo, de quem Barbosa foi vice.
"Esse dinheiro, conforme relatado por Gércio Júnior, tinha como destinatários conhecidos Éder Moraes e Silval Barbosa (incluindo o pagamento do empréstimo por este tomador)", diz trecho da decisão do juiz federal Jeferson Schneider, que autorizou as ações da operação nesta semana.
A PF suspeita ainda que a Trimec tenha alimentado o "banco clandestino" operado por Mendonça Jr.
"Existem empréstimos da Trimec [...] incluídos nas hipóteses de empréstimos fraudulentos por terem os recursos como destinatários, de fato, integrantes do núcleo político da organização criminosa"de, especialmente Silval da Cunha Barbosa", diz trecho da decisão de Schneider.
O Ministério Público Federal abriu no mês passado uma investigação sobre contratos da Trimec com a gestão Barbosa, e a oposição ao governador na Assembleia tenta aprovar uma CPI sobre o assunto.
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