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quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

NA PRISÃO, FERRADO, ABANDONADO, ÉDER MORAES PAGA PELOS PECADOS DO MINISTRO BLAIRO MAGGI

 Na decisão que afastou o Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), Sérgio Ricardo, o juiz da Vara Especializada em Ação Civil Pública e Ação Popular do Tribunal de Justiça (TJ-MT), Luís Aparecido Bertolussi Júnior, relatou em seu despacho que o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, e o ex-secretário da Secretária Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), Eder de Moraes, possuíam relações e interesses políticos bem próximos. O magistrado comenta que que, segundo o empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, “Blairo Maggi tinha conhecimento e controle sobre Eder”. No despacho, o magistrado afirma que Mendonça possuía “convicção” sobre a proximidade entre o ministro do Mapa e o ex-secretário da Secopa, uma vez que Eder afirmava ter “cheque em branco” do governador. Os fatos apurados pela Justiça tiveram início em 2009, durante a segunda passagem de Maggi pelo Palácio Paiguás, sede do poder executivo mato-grossense. O magistrado afirma que Júnior Mendonça, em depoimento ao Ministério Público Estadual (MPE), declarou que o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT), José Geraldo Riva, e o conselheiro afastado do TCE-MT, Sérgio Ricardo, haviam tomado R$ 2 milhões em empréstimos com ele, cada um. Mendonça também é empresário do ramo da “factoring” – modalidade de negócios que, entre outras atividades, abrange a troca de duplicatas, promissórias ou cheques pré-datados por dinheiro à vista. José Riva era aliado político de Sérgio Ricardo e ordenou pagamentos para concretizar a negociação pela vaga no TCE-MT – que de acordo com o MPE-MT, pode ter “custado” até R$ 12 milhões. Como parlamentar da AL-MT, Riva nunca escondeu a preferência pelo conselheiro afastado do Tribunal de Contas, tendo atuado, inclusive, no sentido de “forçar” a aposentadoria de Alencar Soares – membro da instituição que teria “vendido” seu posto na instituição que julga os gastos do poder público em Mato Grosso.

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