Será "Caixa IV" ?
O misterioso "pacotão" de obras que cheira mais um "trambicão" do prefeito Wilson Santos
Muito estranha essa "operação tapa buracos" iniciada hoje (às pressas) pela Prefeitura de Cuiabá, e que, segundo o próprio prefeito Wilson Santos, custará aos cofres públicos cuiabanos o montante de R$36 milhões. Mais estranho ainda é a forma como a imprensa considerada "séria" embarcou nessa "canoa furada" sem questionar nada, sem indagar, sem buscar maiores detalhes sobre esse "pacotaço" que cheira mais um "trambicaço" em cima da ordeira população cuiabana.
Foi tudo repentino, sem licitações, sem comunicado oficial com antecedência, sem explicar de onde estão saindo os recursos e, o pior ainda, dando a impressão que os 36 milhões de reais serão "torrados" de forma relâmpago, antes do apagar das luzes da gestão Wilson Santos no Palácio Alencastro.
Imprensa séria, que realmente valoriza a informação antes de coloca-la no ar ou imprimi-la num jornal, certamente busca por detalhes, por conteúdos que possam transmitir credibilidade aos leitores, telespectadores e ouvintes. A de Cuiabá, abastecida pelo cofre aberto do prefeito candidato a governador, não questiona nada e até enaltece possível "maracutaia" governista com manchetes garrafais ou reportagens "especiais" sobre o misteriosíssimo fato.
Quais empreiteiras estão realizando as "obras"? Quanto tempo levarão para serem concluidas? Quando foram feitas as licitações? A Câmara Municipal de Cuiabá tem conhecimento pleno do assunto, ou "recebeu por fora" para ficar de bico calado? De onde vieram os recursos para uma "operação tapa buracos" tão cara? Da Prefeitura? Do Governo Maggi? Do Governo Lula? De algum financiamento bancário feito pelo prefeito Wilson Santos?
São questionamentos válidos, a partir do momento em que se compara tal operação aos custos de outras obras há anos tocadas pela Prefeitura de Cuiabá, tipo a ETA Tijucal, orçada inicialmente em R$12,3 milhões e, hoje, quando ficar pronta (dois anos após prazo dado para sua inauguração) custará aos cofres cuiabanos o montante de R$ 37milhões.
A própria Avenida das Torres, inicialmente orçada em pouco mais de R$ 25 milhões teve seu preço final catapultado para R$ 36 milhões. Levou mais de três anos para ser concluida, ou pelo menos assim o espera Wilson Santos até o final deste mês.
O governo do Estado asfaltará mais de 40 bairros na Capital (pouco mais de 250 ruas), em áreas de terra batida e que nunca viram asfalto na vida. Gastará cerca de R21 milhões, sendo especificado que a maior parte (R$ 19 milhões) virá do Governo Federal, através de uma emenda do deputado federal Eliene Lima (PP). O restante será arcado pelo Governo Maggi. Tudo bonitinho, tudo devidamente explicado.
Numa ação eleitoreira, até certo ponto irresponsável, o prefeito Wilson Santos desencadeou a misteriosa "Operação Tapa Buraco", do dia para a noite, sem explicar nada para ninguem e, aparentemente indisposto a ouvir explicações ou questionamentos de quem quer que seja. E só para provocar (mostrar que é o "bom da boca") começou a dita cuja justamente pela rua onde mora o governador Blairo Maggi, justamente num trecho da cidade onde o asfalto nem é tão ruím. Porque não começou por um bairro periférico da cidade, onde os buracos parecem catreados de garimpo e a população, além de passar sede, anda longas distâncias para pegar coletivos impossibilitados de transitar por ruas intransitáveis.
Como perguntar não ofende, aqui vai uma pergunta que não quer calar: Esses 36 milhões, na realidade, assim torrados, servirão para tapar que buraco? Algum rombo que o vice Chico Galindo (já escaldado por centenas de processos no estado de São Paulo) não aceitará "tapar com a peneira"? Ou serão usados para rechear ainda mais o "Caixa II" de uma campanha milionária? Indo por esse caminho, Silval Barbosa e Mauro Mendes serão "fichinhas" para o prefeito Wilson Santos! (Ely Santantonio)
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