GOVERNADOR A UM PASSO DA PRISÃO
STJ autoriza inquérito para investigar Pedro Taques
(MUVUCA POPULAR)
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou abertura de um inquérito para investigar o governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), por causa do esquema das escutas telefônicas clandestinas já conhecido como “grampolândia pantaneira”. Taques negava a existência de grampos e chegou até a atacar o Desembargador Orlando Perri, que desbaratou a quadrilha que atuava no Palácio Paiaguás, sede do governo. O pedido foi feito pelo próprio Taques, mas não por ser inocente, já que todas as evidências o apontam como beneficiário dos grampos. Mas a estratégia do governador, na verdade, é retirar o Desembargador Orlando Perri da competência dos inquéritos, encaminhando-os para o STJ. Na prática, o Superior Tribunal de Justiça só transformou em inquérito uma sindicância já que já havia sido instaurada para investigar o governador a fim de identificar se ele está ou não envolvido no esquema das escutas clandestinas na modalidade "barriga de aluguel" que interceptou ilegalmente políticos de oposição ao seu governo, servidores públicos, médicos, um jornalista, empresários e até um desembargador aposentado. O esquema, operado por um núcleo da Polícia Militar, com a participação direta de oficiais ligados ao staff de Taques, foi denunciado em maio deste ano em rede nacional de televisão pelo ex-secretário de Segurança e promotor de Justiça, Mauro Zaque. Pelo menos quatro secretários já foram presos por conta das investigações.
Medo de Perri
Dentre as justificativas apresentadas por Taques, ressalta que tomou tal medida para impedir a utilização de forma “politiqueira” do esquema das escutas que nesta quarta-feira resultou na prisão de 2 secretários de Estado e outros 2 ex-secretários, entre eles, Paulo Taques, primo do governador e ex-chefe da Casa Civil de Mato Grosso. Na Operação batizada de Esdras pela Polícia Civil, foram cumpridos 8 mandados de prisão, um de condução coercitiva e outros 15 de busca e apreensão. Os mandados judiciais foram autorizados por Orlando Perri. "Quero que a investigação formal seja feita para acabar de vez com essa história, que infelizmente vem sendo utilizada de forma “politiqueira” e vil, tentando me imputar de forma mentirosa essa acusação, criando uma cortina de fumaça para confundir o cidadão de bem deste Estado", disse em uma postagem no facebook. Embora a banca jurídica que assina a petição - 4 advogados no total - sustente que as investigações e inquéritos devam ser concentradas num único local, no caso o STJ, mesmo em relação aos investigados que não possuem foro por prerrogativa de função, o ministro Mauro Campbell ainda não decidiu se vai centralizar toda a investigação do Superior Tribunal de Justiça. Os advogados pontuam que apesar da tramitação da sindicância perante ao STJ, outros inquéritos policiais seguem tramitando no Tribunal de Justiça de Mato Grosso tendo por objeto extatamente os mesmos fatos tendo sido originários das mesmas acusações feitas por Mauro Zaque. Taques entende que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso ao duplicar as investigações acaba usurpando a competência do STJ. Por fim, observa que as investigações deveriam ser desmembradas de cima para baixo e não de baixo para cima e pede ao ministro que determine a remessa dos autos para o Superior Tribunal de Justiça e que todos os inquéritos em andamento sejam apensados ao inquérito que vai investigar o governador.
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