AMEAÇA NO AR!
Demonstrando estar "cagando" para decisão nacional do seu partido, Pedro Taques pode ser expulso sumariamente do PDT caso insista em apoiar Aécio
Brasília - Em um comunicado oficial a todos os filiados do PDT, o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, tenta conter dentro de sua legenda o movimento de adesão à campanha do tucano Aécio Neves no segundo turno. Menos de uma semana depois de ter conquistado o direito de decidir a eleição contra a presidente Dilma Rousseff (PT), Aécio já atraiu o apoio de vários líderes do PDT para o seu lado. O problema é que o comando nacional do partido está coligado oficialmente à chapa presidencial petista e Lupi defende que a decisão tomada na convenção nacional, realizada 10 de junho, em Brasília, seja seguida à risca.
Na verdade, o gesto interessa ao Palácio do Planalto, que quer frear as adesões à candidatura do tucano no segundo turno. Os principais alvos seriam o governador eleito do Mato Grosso, Pedro Taques, o senador Cristovam Buarque (DF), e o senador eleito José Antônio Reguffe (DF), que possuem prestígio político para ampliar a votação de Aécio.
Na nota, assinada por Lupi, é lembrado que "cabe à Convenção Nacional, e só a ela, decidir soberanamente sobre assuntos políticos, estabelecendo diretrizes para todo o Partido". E avisa dos riscos do descumprimento dessa norma, citando uma resolução interna do partido que "considera fato de extrema gravidade detentores de mandatos do PDT fazerem propaganda para candidatos que não sejam os indicados pelo partido, desobedecendo a deliberação dos convencionais".
Se a ameaça for cumprida pelo comando do PDT, aqueles que desobedecerem à instrução correm o risco até de serem expulsos da legenda.
"CAGANDO" PARA O PDT
Respondendo a ameaça, em Mato Grosso, o governador eleito Pedro Taques afirmou não temer uma possível punição por ir contra a orientação nacional do PDT e apoiar o presidenciável Aécio Neves (PSDB), no segundo turno das eleições.
“Comuniquei à direção nacional do PDT. Agora, partidariamente, se quiserem, que tomem as providências legais”, afirmou, em entrevista coletiva, nesta sexta-feira (10), no auditório do Hotel Paiaguás, em Cuiabá.
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