O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado estadual José Riva (PSD), informou que já efetuou nove denúncias contra o empresário Eraí Maggi (PP), que hoje é o maior produtor individual de soja do mundo, por comandar supostamente um esquema de sonegação de impostos na ordem de R$ 500 milhões por ano através de cooperativas agrícolas formadas por servidores do Grupo Bom Futuro. Na tribuna da Assembleia Legislativa, José Riva destacou que efetuou denúncias nas polícias Civil e Federal, Ministérios Públicos Estadual e Federal, Ministério do Trabalho, Receita Federal e demais orgãos de fiscalização. "Existem os mais variados crimes. Vários arrendamentos, por exemplo, não tem um funcionário sequer registrado", assinalou. José Riva explicou que a presença da PF nas investigações é importante para investigar um suposto esquema de desvios milionários na Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). "Além dos crimes relacionados aos impostos federais, existe uma denúncia séria em relação a Conab. Os produtos são emitidos com notas de destino para Goiás e os produtos não vão. As notas sequer são carimbadas nos postos da Sefaz porque na verdade os produtos ficam aqui e também lá com armazéns lotados", detalhou.
Em seu pronunciamento, José Riva avisou também que buscará assinaturas necessárias para instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os atos das empresas ligadas a Eraí Maggi nos últimos 20 anos. "Estamos estudando uma CPI para identificar o tamanho desse rombo", frisou. O líder do Governo na Assembleia, deputado estadual Jota Barreto (PR), saiu em defesa de Riva e mesmo sem citar Eraí Maggi disse que é preciso investigar aqueles que levam vida de bilionário com recursos públicos. “Aqueles que sonegam ICMS e impostos federais têm que pagar”, disparou. Da tribuna, Jota Barreto também declarou que nunca assinou requerimento de CPI porque todas “acabam em pizza”, incluindo a das PCHs que também atingia Eraí. “Essa eu serei o primeiro a assinar. Parabenizo o deputado Riva pela coragem e determinação de levantar a questão”, concluiu. Segundo José Riva, não existe nenhuma suspeita de irregularidades de falhas no leilão de milho. Ele, no entanto, questionou o fato dos R$ 160 milhões previstos para a região Centro-Oeste, cerca da metade ter sido destinado a Eraí Maggi e ao produtor Fernando Scheffer Maggi.
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