Parte do dinheiro de 'renúncia' de impostos está sendo paga em propinas ao governo, acusa deputada Luciane Bezerra
REPÓRTERMT A farra dos incentivos fiscais em Mato Grosso pode ser pior do que se imagina até agora. A deputada Luciane Bezerra (PSB) faz sérias denúncias sobre o tema durante entrevista ao Programa Conexão Poder (TV Rondon-SBT). A parlamentar, que se destaca na Assembleia Legislativa de MT pelas duras críticas que faz ao governo de Silval Barbosa (PMDB), diz que já tem provas de que parte do dinheiro que deixa de ser pago pelas empresas que recebem incentivos fiscais, acaba voltando de alguma forma para membros do Paiaguás. "É uma renúncia fiscal e não incentivo; o dinheiro está escorrendo entre os dedos. O que é melhor para uma empresa, pagar R$ 400 milhões em impostos ou R$ 200 milhões?"
Ela garante que esses valores voltam para alguns bolsos, como uma espécie de propina. MT é o segundo pior estado do país no quesito transparência fiscal. Fica à frente apenas do Amapá. A constatação é de uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2013 e divulgada este ano. O governo omite números da arrecadação e diz que tem rombo de R$ 400 milhões. Oficialmente o estado teve receita de R$ 6 bilhões no ano passado, proveniente de impostos. Seu único meio de transparência é o portal da Sefaz, que nem sempre é 'fácil' de entender.
Enquanto isso, gigantes do comércio recebem incentivos fiscais milionários por parte do governo. Uma delas e a cadeia de lojas City Lar, que deixaria de recolher cerca de R$ 150 milhões por ano. A JBS Friboi deve pagar apenas R$ 34 milhões este ano, quando poderia pagar algo em torno de R$ 200 milhões. Um CPI para investigar a farra dos frigoríficos pode ser instalada nos próximos dias na Assembelia. Luciane afirma que vai entregar documentos que comprovariam a fraude ao Ministério Público nos próximos dias. O Programa Conexão Poder vai ao ar no próximo domingo (16), logo após o Sílvio Santos.
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