Polícia Federal já bafejando no cangote de Silval Barbosa
MOVIMENTAÇÃO DE R$ 10 BILHÕES FURTIVA AOS OLHOS RECEITA FEDERAL DESENCADEIA OPERAÇÃO "LAVA-JATO" - PF invade construtora de obras da Copa em Cuiabá MUITOS FIGURÕES DA POLÍTICA ENVOLVIDOS!
A sede da Empresa Juruena S.A, em Cuiabá, foi um dos alvos da Operação Lava Jato, desencadeada pela Polícia Federal, na manhã desta segunda-feira (17), para desarticular organizações criminosas que tinham como finalidade a lavagem de dinheiro. A Juruena Participações e Investimentos S.A. é uma holding de cinco empresas produtoras independentes de eletricidade. O escritório da empresa, vasculhado pela PF, fica no edifício The Centrus Tower, na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. Fazendo parte da Juruena está a Métrica Construções, responsável por duas obras preparatórias para a Copa em Cuiabá, que são as trincheiras da Ciríaco Cândia e do Santa Isabel/Verdão.
Entre os membros do Conselho Administrativo está um dos sócios proprietários da Construtora Três Irmãos, que possuí diversos contratos com o Governo Silval Barbosa, inclusive de obras da Copa e pavimentação de estradas.
CAÇADA AOS MAFIOSOS
A Polícia Federal prendeu 24 suspeitos acusados de participar de organização criminosa que tinha como objetivo a lavagem de dinheiro. Segundo a PF, foram apreendidos veículos de luxo e grande quantia de dinheiro em moeda nacional e estrangeira - dólares e euros - que ainda está sendo contabilizada. A Operação Lava Jato foi deflagrada na manhã desta segunda-feira, 17. O grupo mantinha ramificações em Mato Grosso.
De acordo com as informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), obtidas pela Polícia Federal, os suspeitos movimentaram mais de R$ 10 bilhões.
Segundo a PF, o grupo investigado, “além de envolver alguns dos principais personagens do mercado clandestino de câmbio no Brasil”, é responsável pela movimentação financeira e lavagem de ativos de diversas pessoas físicas e jurídicas envolvidas em crimes como o tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração e contrabando de pedras preciosas e desvio de recursos públicos.
A operação foi intitulada Lava Jato porque o grupo usava uma rede de lavanderias e postos de combustíveis para movimentar os valores.
Na manhã desta segunda-feira, cerca de 400 policiais federais cumpriram 81 mandados de busca e apreensão, 18 mandados de prisão preventiva, dez mandados de prisão temporária e 19 mandados de condução coercitiva, em 17 cidades. Entre as localidades estão Curitiba, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Cuiabá.
Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal no Paraná. São cumpridas também ordens de sequestro de imóveis, além da apreensão de patrimônio adquirido por meio de práticas criminosas e bloqueio de contas e aplicações bancárias.
Segundo o delegado Márcio Anselmo, que coordenou a operação, quatro grandes doleiros foram presos , incluindo Alberto Youssef, que tem a sua base em Londrina, no norte do Paraná, mas foi preso em São Luiz, no Maranhão. Ele já foi condenado por crimes contra o sistema financeiro nacional e foi alvo da Operação Farol da Colina, da própria PF, e da CPI do banco Banestado, o antigo banco do Estado do Paraná.
Cada doleiro preso representava um núcleo criminoso, ou seja, a operação de hoje prendeu quatro quadrilhas diferentes, que atuavam de distintas formas. Alguns doleiros faziam envios de remessas de dinheiro para o exterior legalmente e outros simulavam operações entre empresas de fachada de exportação e importação. Foram identificadas mais de uma centena de contas por onde estas remessas eram feitas, incluindo destinos como China e Hong Kong. "Estes grupos vinham atuando no mercado paralelo de câmbio há cerca de 10 anos . Alguns utilizavam postos de combustíveis e lavanderias para lavar o dinheiro, mesclando com as atividades da empresa. Cada uma das quatro organizações criminosas tinha a sua particularidade e agia de uma forma", explicou. O delegado informou que não podia informar os nomes dos presos porque a investigação corre em segredo de justiça. "Somente um dos doleiros fez repassas ao exterior pelo câmbio oficial que chegou a R$ 250 milhões entre 2009 e 2013", contou. A PF vai identificar quem eram os clientes dos doleiros, mas já detectou que um grupo tinha ligação com o tráfico de drogas e que outro trabalhava com dinheiro oriundo de desvios de recursos públicos. Neste caso, haveria o envolvimento de grandes empresas de engenharia, segundo Anselmo.
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