Uol
O governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, partiu nesta quarta-feira para o ataque daqueles que são contra o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) de Cuiabá. Segundo ele, existe uma “campanha maciça” contra a obra, orçada em R$ 1,47 bilhões. Por isso, ele determinou uma investigação exaustiva sobre o assunto para que “quem está por trás disso” seja descoberto.
“Estão tentando fazer uma confusão sobre o VLT de Cuiabá não sei a mando de quem, sendo pago por quem”, afirmou o governador, a respeito das suspeitas de irregularidades na obra. “Determinei ao secretário de Segurança que investigue a exaustão quem está por trás disso.”
Barbosa afirmou que, desde que o governo decidiu desistir de construir um corredor de ônibus, o BRT, para fazer a linha de trem urbano, surgiram denúncias de que a obra tinha “rolo, falcatrua ou superfaturamento”. De acordo com o governador, até o anúncio publicado em um jornal informando quem seria o vencedor da licitação um mês antes da abertura das propostas faz parte da campanha contra o VLT, que é a principal obra de mobilidade de Cuiabá para a Copa.
“Sobre a denúncia de que uma empresa vencedora era sabida 30 dias antes da abertura das propostas, certamente foram colocadas notas com o nome de outras empresas em outros jornais”, afirmou ele. “Quem ganhasse ia ter sua nota divulgada.”
O anúncio publicado em um jornal de Mato Grosso é um indício que está sendo investigado pelo MP-MT (Ministério Público do Estado de Mato Grosso) e pelo MPF (Ministério Público Federal). Promotores e procuradores também estão apurando denúncias feitas pelo então assessor especial do governo de Mato Grosso, Rowles Magalhães Pereira da Silva, que informou ao UOL que o consórcio que venceu a licitação pagou R$ 80 milhões em propina para conseguir a obra.
Depois de denunciar a propina, o assessor foi exonerado. O governador, entretanto, ainda não informou quem teria nomeado ele para o governo e qual seria a relação do assessor com a obra do VLT.
O governador Barbosa ainda refutou qualquer possibilidade de irregularidade. Disse que todo o processo de contratação da obra foi acompanhado por órgãos de controle. Por isso, ele disse que tem certeza da transparência da licitação do VLT.
Mesmo assim, ele também quer que polícia, Ministério Público e até a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) apurem todas as suspeitas. O governador só faz questão que a obra não pare.
“Chamei o procurador-geral e falei para ele que investigue, vá a exaustão e puna quem tiver que punir exemplarmente, mas que não inviabilize uma obra que não é do governador, é para Mato Grosso, para o povo que necessita de transporte de massa, para Cuiabá”, disse ele, depois de visitar as obras da Copa junto com membros da Fifa e do Comitê Organizador Local (COL) do Mundial.
O secretário executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, que coordena a preparação do Brasil para a Copa do Mundo, também defendeu o VLT após inspecionar as obras de Cuiabá para o Mundial. “Essa obra vai atender a Copa, mas também será um legado de infraestrutura de mobilidade urbana para os habitantes e transeuntes de Cuiabá”, disse.
Fernandes ainda ressaltou que toda recomendação dos órgão de controle e da Justiça sobre o VLT ou qualquer outra obra para a Copa será cumprida. “Toda recomendação dos órgão de controle serão acatadas e toda decisão judicial será acatada”, afirmou.