TRAMBICÃO ENVOLVENDO GRÁFICA USADA PARA ROUBALHEIRAS NO ESTADO E RICO PREFEITO MATO-GROSSENSE
Investigação que tramita junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) aponta que o prefeito de Lucas do Rio Verde (MT), Otaviano Pivetta (PSB), pode ter sido um dos beneficiados, em mais de R$ 200 mil, de um esquema de propina desbaratado pela Operação Edição Extra, deflagrada pela Delegacia Fazendária, no ano passado.
Trechos do inquérito, que tramita junto ao STF em razão do foro privilegiado de um dos investigados, foram obtidos pelo "ISSO É NOTÍCIA"e mostram que a principal empresa suspeita de operar o esquema emitiu quatro cheques que foram compensados em contas de Otaviano Pivetta em novembro e dezembro de 2012 e janeiro de 2013.
Segundo o inquérito, o valor de três dos cheques foi de R$ 53,4 mil e outro de R$ 1,7 mil. Os depósitos foram efetuados em uma conta física do próprio prefeito, no Banco Bradesco. Em 2012, Pivetta venceu as eleições municipais e se tornou prefeito de Lucas do Rio Verde.
O inquérito ainda aponta que, durante as eleições de 2014, Pivetta fez uma transferência no valor de R$ 5 mil a Wilson Santos, então candidato a deputado estadual pelo PSDB.No relatório, assinado pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Mato Grosso, ainda aparecem outras movimentações investigadas que também podem ter beneficiado Pivetta.
Uma transferência bancária no valor de R$ 50 mil feita pela DF Assessoria Financeira Ltda em outubro de 2012, mês das eleições, teve como beneficiária a Empresa Matogrossense de Habitação S.A, que teve Otaviano Pivetta como diretor de 2008 a 2009.
Seu filho, Olavo Junior Pivetta era o diretor da empresa no período da transferência. Além disso, uma das acionistas da empresa é a OP Participações e Investimentos, da qual também é sócio. A Operação “Edição Extra” cumpriu 22 mandados expedidos pela Justiça, sendo 16 de busca e apreensões em gráficas e casas de suspeitos e mais seis mandados de prisão. As investigações da operação iniciaram com denúncias em fraudes em licitação envolvendo a Secretaria de Estado de Comunicação e a Secretaria de Estado de Administração, junto ao segmento de empresas do ramo de gráficas.
As fraudes são referentes ao pregão nº 93 do ano de 2011 e ao contrato de 2012, no valor de R$ 40 milhões. O esquema teria se iniciado com a montagem de um grupo de gráficas, que combinava quem iria vencer os lotes licitados no Estado.
Alguns concorrentes “independentes”, que entravam na disputa do pregão, teriam recebido dinheiro das gráficas que fariam parte do esquema, para desistir da licitação. Com os concorrentes fora do páreo, as gráficas que fariam parte do esquema se articulavam para ganhar os lotes, vários deles com valores milionários.
A partir daí, havia uma simulação em relação ao número de materiais impressos. Ou seja, as gráficas receberiam por um volume de impressos, mas, em tese, só imprimiriam uma quantidade ínfima dos mesmos.
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