Escolhido pelo governador Pedro Taques, e indicado por seu líder, deputado Wilson Santos, o novo presidente do MTPrev, Ronaldo Taveira, ainda deve algumas explicações para a sociedade, especialmente por conta das várias investigações na justiça. Prometendo valorizar o servidor, Taveira foi escolhido, segundo o noticiário, por ser íntegro e competente. Mas a história é bem outra. Recentemente Taveira foi multado pelo Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso, conforme consta no processo TCE n.º 5.006-7/2014, justamente por prática de má gestão.
Isso porque quando estava à frente do CuiabáPrev, Taveira deixou de enviar processos de concessão de benefícios previdenciários para auditoria do Tribunal de Contas do Estado, prejudicando centenas de idosos. Taveira também responde a vários execuçções fiscais, nas Fazendas Estadual e Federal, conforme processos no TJMT n.º 32573-15.2005.811.0041 e n.º 2006.34.00.025996-5 (25341-38.2006.4.01.3400).
O novo gestor que vai administrar uma folha de pagamento mensurada em milhões de reais, também é réu em demanda trabalhista, juntamente com a Prefeitura Municipal de Cuiabá, curiosamente, no mesmo período em que Wilson Santos era prefeito, conforme autos do processo n.º 00674.2005.002.23.00-4 registrado no TRT/MT. De acordo com o noticiário, Taveira foi indicado para o MTPrev sob as bênçãos de vários políticos, a maioria, no entanto, com estreita ligação com uma empresa especializada em software previdenciário, cujo dono é compadre de ninguém menos que Wilson Santos.
A empresa já responde pelo sistema previdenciário da maioria das prefeituras através do AMMPrev. Levantamento deste site aponta que existe uma recomendação explícita de um importante órgão fiscalizador do estado, para que seus contratos sejam mantidos, sob pena de sanções. A relação estreita com vários políticos do estado e também com os 'recomendadores' merece um acompanhamento de perto. Carta marcada ou não, a ‘Agenda’ do novo presidente do MTPrev já está recheada, sendo que o mesmo contará com apoio total do grupo que chancelou seu nome para entregar o sistema previdenciário do estado a determinada empresa. Taveira já tem até a data de licitação e já estaria sofrendo lobby, tanto de empresas quanto de deputados estaduais e federais.
Não são poucos os políticos que recebem gordos financiamentos de campanha, inclusive fora do período eleitoral, com repasses mensais que chegam a R$ 150 mil reais. Para firmar o primeiro contrato milionário do MTPrev, conforme já mencionado em reportagem anterior do Muvuca Popular, ‘agenda’ do Taveira concorrerá também com uma empresa de venda de móveis que entrou no mercado de software, pertencente a empresário financiador de campanha e bajulador oficial do governador de plantão através de uma determinada federação, sendo que o mesmo já ganhou uma verdadeira fortuna no governo Silval e, tudo indica, continuará ganhando no governo Taques. Como já virou praxe nesta gestão nomear "fichas-sujas" e apadrinhados políticos sem que haja qualquer critério técnico, o “papa da administração” que assumiu o MTPrev tem no currículo a incapacidade de administrar uma empresa de engenharia misturada com ramos alimentícios, que tinha nome sugestivo de “Cantinho”, que faliu em 2010, por não pagar impostos e dívidas diversas.
Assim sendo, conforme este site já publicou na semana passada, agora sim, os atuais servidores de carreira do Governo do Estado, ex-servidores e pensionistas, devem ficar atentos, afinal, dada a "expertise de administrador" de Taveira, além de ter que administrar um fundo previdenciário que já nasceu quebrado em R$ 15 bilhões, deverá, já nos próximos dias, junto com o Ministério Público, iniciar os processos judiciais de retomada das matrículas que foram dadas em garantia pelo Governo do Estado ao novo MTPrev, cuja lista inclui o Grande Templo, Loja Maçônica Grande Oriente, Sesi Papa, entre outras, sob pena de não o fazendo, responder a novos processos, desta vez por prevaricação.
Em tempo: A Polícia Federal descobriu e evitou um golpe milionário no Cuiabá Prev através da empresa que, escolhida por Wilson Santos, interferiu na indicação dos quatro gestores que passaram pela pasta durante seu mandato, sendo eles Nuremberg Borja, Reginaldo Amorim, Dilemário Alencar e próprio Ronaldo Taveira. (MUVUCA)
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