ESCOADOURO DE DINHEIRO PÚBLICO!
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MAIS UM TRAMBICÃO NO GOVERNO SILVAL BARBOSA ENVOLVENDO FIGURAS DE GROSSO CALIBRE COMO DEPUTADO ELIENE LIMA E CARLÃO NASCIMENTO
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Programa que já custa 40 milhões não funciona
Contrato entre Secitec e empresa VAT Tecnologia da Informação para ministrar as aulas do Programa "MT Preparatório" de cursinho pré-vestibular vigorou apenas entre setembro e dezembro
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O
que chama a atenção é que a empresa “especializada” tem sede no Rio de
Janeiro, mas, não possui sequer saite ou telefone
Aline Coelho / Itamar Perenha (TURMADOEPA)
A página virtual da Secretaria
de Estado de Ciência e Tecnologia –Secitec – traz uma relação de 171
locais onde o cursinho pré-vestibular preparatório gratuito do Programa
“MT Preparatório” é oferecido aos interessados, com um detalhe: a página
virtual não informa, porém, que até o cursinho é virtual por uma razão
simples: não há qualquer aula.
Na
descrição do saite, o MT Preparatório foi criado em agosto de 2011 e
atendeu desde então 33 mil alunos. De sua sede - não identificada - os
professores ministram as aulas em um estúdio de TV, que são
retransmitidas em tempo real aos 160 pontos de recepção de imagens,
apesar de a listagem conter 171 locais.
Essa
discrepância dos números pode ser explicada pela falta de atualização,
porque alguns pontos de retransmissão, como o Posto de Comando da
Polícia Militar de Alta Floresta, nunca apresentaram as aulas desse
programa.
Na
verdade o local fazia parte do MT Vestibular do ex-governador Blairo
Maggi (PR), que mudou de nome na gestão de Silval Barbosa (PMDB). No
entanto, a desatualização dessas informações na página do saite é o
menor dos problemas de gestão na Secitec já que o maior problema é
ofertar um curso que não existe.
Super investimento
A última turma do MT Preparatório, que é semestral, assistiu às aulas até dezembro do ano passado.
No
curto período entre setembro e dezembro o contrato de nº. 017/2012 da
Secitec pagou R$ 2.160.401,64 (dois milhões cento e sessenta mil
quatrocentos e um reais e sessenta e quatro centavos) para a empresa VAT Tecnologia da Informação.
A informação publicada no Diário Oficial de 2 de outubro de 2012 não esclarece o método utilizado para a escolha, mas traz a justificativa de especialização notória para operar a solução tecnológica do Programa “MT Preparatório”.
O
que chama a atenção é que a empresa “especializada” tem sede no Rio de
Janeiro, mas, não possui sequer saite ou telefone que conste do rol de
empresas da lista telefônica de Cuiabá.
Uma surpresa: o programa não tem previsão de volta ao ar
Tanto
aparato e investimento divulgado no Diário Oficial chama a atenção,
porém a surpresa é maior quando se constata que, a despeito de tamanho
investimento para apenas três meses de aulas, não existe ainda, previsão
para a retomada do programa.
A
Secretaria de Ciência e Tecnologia, mesmo com insistência, não consegue
dar qualquer informação relevante exceto a de que o programa está
“parado”.
Dúvidas: que critérios orientaram o programa?
A
contratação sem licitação de empresas para gerir o programa “MT
Preparatório” foi alvo de várias reportagens questionando aspectos
suspeitos tanto da gestão quanto das próprias empresas incumbidas de
viabilizarem as aulas.
Compulsando
as matérias que tratam do assunto em quatro anos de existência nos
governos Blairo/Silval os programas educacionais, com nomes diferentes,
mas as mesmas funções custaram R$ 40 milhões, com a destinação de metade
desse valor (R$ 20 milhões) para a Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico de Mato Grosso (Fundetec).
A Fundetec foi contratada durante dois anos (2011 e 2012) pela Secitec sem licitação para implantar e administrar o programa.
Em
julho de 2012, pressionada pela mídia, a Secretaria garantiu que uma
nova licitação seria lançada para que outro contrato do MT Preparatório
ocorresse por meio de concorrência pública o que, de fato, não aconteceu
já que no segundo semestre de 2012 o programa funcionou, aparentemente,
através da contratação milionária da VAT até a suspensão, ao que tudo
indica, definitiva do curso.
Relações da Fundetec e Secitec
Além
do MT Preparatório, a Fundetec conseguiu executar o ProJovem
Trabalhador, também sem licitação, em várias Prefeituras, dentre elas
Várzea Grande e Rondonópolis, com contratos orbitando ao redor de R$ 1,5
milhão.
O
acesso facilitado aos corredores dos Executivos Estadual e Municipais
pode ser explicado pelo fato de a Fundetec ter em seu quadro, na
condição de fundadores, políticos como o deputado federal Eliene Lima,
Edivá Pereira Alves, Alli Veggi, Adriano Breunig, Leve Levi e Carlão
Nascimento, todos filiados ao PSD.
Outra
“coincidência”: o corpo docente, salvo algumas exceções, é oriunda de
quadros do Instituto Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso, o
IFMT. A origem e qualificação dos professores compõem algumas das
justificativas para avalizar os contratos milionários ainda que não se
possa estabelecer ligação com a Escola Federal.
Enquanto
secretário de Ciência e Tecnologia, o deputado Eliene Lima, nomeou como
seu adjunto Adriano Breunig, então presidente do Conselho Curador da
Fundetec. Eliene e Adriano impulsionaram a contratação da Fundetec, com
dispensa de licitação, pelo valor inicial de R$ 15 milhões para
implantar o MT Preparatório, que já funcionava como MT Vestibular.
Como
se tais valores não fossem suficientes lavrou-se, sem explicações
razoavelmente aceitáveis, um termo aditivo de R$ 4,5 milhões, no final
de 2009.
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