Homem que vendeu a mesma casa para dois Secretários de Taques pertence ao Ministério Público
Há muito mais a ser explorado na declaração patrimonial dos Secretários do Governo Taques, do que possa imaginar a nossa vã filosofia. O caso da duplicação de patrimônio entre os bens do Secretário da Casa Civil, Paulo Taques e o chefe de gabinete, José Arlindo, que declararam ter comprado a mesma casa no residenciail Florais, por exemplo, é apenas o fio da meada de uma história cabulosa.
A casa foi comprada de um senhor chamado Gilberto Gomes (cujo nome completo foi suprimido, não se sabe porquê), de acordo com o que consta no ítem 6 das declarações de ambos os secretários, conforme reportagem exclusiva do Muvuca Popular (Veja aqui). A questão que se impõe é: Quem é Gilberto Gomes? O homem que vende a mesma casa para duas pessoas ao mesmo tempo - diga-se de passagem, deve ser o melhor vendedor de imóveis de MT.
Elementar! Trata-se de um membro do Ministério Público Estadual, pra variar, que faz parte do Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e foi o responsável pelo arquivamento do inquérito que investigava suspeitas na licitação de R$ 9,5 milhões realizada pela Prefeitura de Cuiabá em 2014.
A coincidência começa no fato do certame ter sido realizado na gestão do prefeito Mauro Mendes, aliado de Taques. E não para por aí. O questionamento judicial se deu devido ao fato do ganhador ter sido a empresa Trimec Construções e Terraplanagem Ltda., empresa que pertence a um sócio do prefeito Mauro Mendes (PSB), Wanderley Fachetti, que na ocasião, venceu a maioria dos lotes, arrematando um contrato de R$ 3,6 milhões.
Gilberto Gomes, que fazia parte do Núcleo de defesa do Patrimônio Público, entendeu que não havia irregularidades, mesmo que a empresa vencedora tenha feito doações na campanha política do atual prefeito. O mais gritante, é que a locação do maquinário que fizeram parte dos lotes em questão, era totalmente desnecessária, haja visto que a prefeitura havia adquirido recentemente 57 máquinas.
São muitas questões a serem respondidas: Porque o Procurador pertencente ao tão zeloso Ministério Público, não acatou a denúncia, mesmo que os fatos tenham saltado aos olhos do mais leigo observador. Outra questão: Para quem Gilberto Gomes realmente vendeu a casa no Florais, Paulo Taques ou José Arlindo?
A lei da física pressupõe que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no mesmo espaço. Mas o que são as leis (de qualquer natureza, seja ela física ou jurídica), num governo cujo órgão responsável para investigar, no caso, o Ministério Público, está dentro da gestão com três secretários dando as cartas, sentenças favoráveis a aliados políticos e, nas horas vagas, também vendendo casa para os mesmos. Forçoso dizer que o Ministério Público acabou de receber do Governo Taques, na última segunda-feira de carnaval, um mimo de R$ 1.561.031,83, conforme processodo Fiplan 06/ 08101.
Se algum órgão desse estado pudesse fiscalizar os aliados do governo, poderia observar uma outra coincidência. Gilberto Gomes arquivou o processo do prefeito Mauro Mendes em 2014, sendo que o pagamento de parte da casa vendida foi, coincidentemente, programada para depois que ele desse o parecer à favor da Trimec e de Mauro Mendes, conforme declaração. Até o momento ninguém apresentou comprovantes de compra e venda, pagamentos e sequer transferência bancária.
“AD 50% DE UMA CASA RESIDENCIAL NA CIDADE DE CUIABÁ, MT, SITUADA NA RUA DAS CAMÉLIAS, N.245, NO LOTE 08-BQUADRA 07 – CONDOMÍNIO RESIDENCIAL FLORAIS CUIABÁ, DO SR. GILBERTO GOMES, NO VALOR DE R$ 1.200.000,00, SENDO UMA ENTRADA DE R$ 450.000,00 E O RESTANTE PARA O ANO DE 2014. A ENTRADA FOI FEITA ATRAVES DO CONTRATO DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DO IMÓVEL LISTADO NO ITEM 1 VALOR”
Uma quebra de sigilo bancário nas contas de Paulo Taques, José Arlindo e Gilberto Gomes poderia, neste caso, comprovar a lisura e honestidade dos mesmos. Ou não!
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