E AGORA, JOSÉ?
FEDERAIS INVESTIGARÃO GOVERNADOR PEDRO TAQUES E DEPUTADO NILSON LEITÃO POR ROUBALHEIRAS EM MATO GROSSO
Após empresário Alan Ayoub Malouf, dono do Buffet Leila Malouf, ter declarado em depoimento na 7ª Vara Criminal de Cuiabá que operou o esquema na Secretaria de Educação do Estado (Seduc) a pedido do governador José Pedro Taques (PSDB), o Ministério Público do Estado (MPE) requereu o compartilhamento das provas com a Procuradoria-Geral da República (PGR), para que também investigue o caso. O motivo é que o governador é detentor de foro por prerrogativa de função.
O pedido do MPE foi feito no último dia 3, à juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal, pelos promotores do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) Rodrigo de Araujo, César Danilo, Carlos Roberto, Marcos Bulhões e Samuel Frungilo.
“Tendo o réu Alan Ayoub Malouf alegado em sua defesa/confissão que agiu a pedido do governador do Estado de Mato Grosso, José Pedro Gonçalves Taques, bem como mencionou de forma comprometedora o deputado federal Nilson Leitão, o Ministério Público de Mato Grosso requer o compartilhamento de provas com a Procuradoria-Geral da República, para as providências que entender pertinentes” , diz trecho do pedido.
Além de acusar Taques, Malouf mencionou o deputado federal Nilson Leitão (PSDB), responsável por indicar o ex-secretário de Educação, Permínio Pinto, para o cargo em que permaneceu até ser preso durante a Operação Rêmora, que foi deflagrada em maio de 2016 para apura fraudes em processos licitatórios praticadas por uma quadrilha composta por então servidores da Seduc e empresários. Os crimes, conforme as investigaçõe, foram cometidos entre 2015 e 2016.
Com o compartilhamento de provas, a Procuradoria-Geral terá subsídios para dar início a um possível processo contra Taques, que já prestou informações sobre a operação no dia 4 de maio. Na ocasião, Taques apontou equívocos no depoimento do empresário.
Como forma de “recuperar” a doação, ele afirma ter ingressado no esquema na Seduc para receber parte da propina que era paga por empreiteiros que queriam tocar as obras da Educação. Além disso, confirmou ter recebido de volta R$ 260 mil de forma parcelada.
O dinheiro teria sido entregue na empresa dele e, em outra ocasião, na sua casa. Em depoimento prestado em junho, Malouf afirmou que ajudou Taques a angariar recursos para a sua campanha ao governo do Estado, em 2014, a pedido do próprio Taques. Ele confirmou que foi o coordenador financeiro da campanha e disse que fez uma doação de R$ 2 milhões que não foi declarada à Justiça, ou seja “caixa 2”.
Alan Malouf é apontado como um dos líderes do esquema que também teria como beneficiário o deputado Nilson Leitão, nome que era sempre citado quando se referiam ao ex-secretário Permínio.
Malouf chegou a ser preso por envolvimento nas fraudes, durante a 3ª fase da Operação Rêmora, mas deixou a prisão e hoje é monitorado por meio de tornozeleira eletrônica.
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