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quarta-feira, 16 de agosto de 2017


TRISTE POR PERDER R$ 18 MILHÕES, SILVAL REVELA DETALHES DO CALOTE RECEBIDO



A CAF Brasil, empresa responsável por fornecer os vagões e o material rodante do Veículo Leve sobre Trilhos, prometeu, mas não teria honrado uma propina de R$ 18 milhões ao ex-governador Silval Barbosa (PMDB). O valor seria referente a 3% dos recursos que Mato Grosso teria que pagar a empresa pelos vagões e sistemas que seriam necessários para a operação do sistema de transporte. As informações estão presentes num inquérito da Polícia Federal utilizado como base para deflagração da operação “Descarrilho”, que apura fraudes no processo de licitação para escolha do modal do VLT, além de sua implantação em Cuiabá e Várzea Grande. O ex-chefe do Poder Executivo Estadual enviou um representante para negociar o valor, o ex-secretário da Secopa-MT, Maurício Guimarães. “Maurício Guimarães, a pedido [de Silval], no ano de 2012 procurou um dos diretores da CAF Brasil Indústria e Comércio S/A para tratar sobre os respectivos retornos, que seriam referentes aos veículos, trilhos e sistemas operacionais de execução; que o referido diretor procurou pelo declarante [Silval] em seu gabinete e nessa reunião ficou definido que a CAF Brasil pagaria a título de propina o valor de R$ 18 milhões”, diz trecho do inquérito. Silval Barbosa declarou que fez “várias reuniões” com representantes da CAF Brasil nas capitais Cuiabá, Brasília e São Paulo, afirmando que os recursos seriam pagos por meio de títulos ou precatórios – dívidas públicas já reconhecidas pela justiça -, “do Estado ou cidade de São Paulo”. As declarações, segundo a Polícia Federal, revelam ocorrência de crime de corrupção passiva. Mesmo confirmando a prática ilícita, o ex-governador disse que a propina combinada não foi paga. “As declarações acima revelam, portanto, a ocorrência do crime de corrupção passiva. Em razão das condutas de Silval da Cunha Barbosa e Maurício Souza Guimarães, tendo ambos solicitado propina aos representantes da CAF Brasil. Ao final, Silval afirma que os representantes da CAF não pagaram nenhum valor relacionado à propina acertada. Tal circunstâncias, no entanto, não afasta a ocorrência dos crimes acima mencionados, uma vez que o pagamento consiste em mero exaurimento do crime de corrupção”, diz o inquérito.

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