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sábado, 17 de dezembro de 2011



TÁ PEGANDO FOGO!
Polícia encontra cópias de cartas em apartamento de concunhado de deputado
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Concunhado de Fabris cobrava 30% para compensar cartas; 11 compõem grupo


















CLÁUDIO MORAES

ODocumento

A Polícia Civil já começou a identificar a participação das seis pessoas presas durante a "Operação Cartas Marcadas", que investiga um esquema milionário de emissão de cartas de crédito para agentes fazendários em Mato Grosso. Nos documentos apreendidos durante o cumprimento de 14 mandados na quarta-feira, agentes acharam procurações do Sindicato dos Agentes Fazendários dando amplos poderes ao advogados Ocimar Carneiro Campos, concunhado do deputado estadual Gilmar Fabris (PSD), e Rogério Silveira para fazerem as compensações das cartas de crédito emitidas pelas secretarias de Administração e Fazenda com parecer da Procuradoria Geral do Estado.

Para executar o trabalho, os advogados cobravam 30% sobre o valor global das cartas, conforme apurou a Delegacia Fazendária. Estima-se que a emissão fraudulenta de cartas de créditos teria chegado a R$ 253 milhões.

O advogado Ocimar Carneiro está preso em Cuiabá após ser detido em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Ele deve prestar depoimento neste sábado aos delegados que investigam o caso.

Grupo dos 11

Todos os seis mandados de prisão temporária, que dura cinco dias, já foram cumpridos. Estão presos, além de Ocimar Campos, o contador Antônio Pereira Leite, o servidor da Sefaz Enildo Silva Martins; o advogado Enelson Alessandro Nonato; João Vicente Picorelli, ex-presidente do Sindicato dos AAF’s; e José Constantino, funcionário do advogado Ocimar.

Além dos seis presos, outras cinco pessoas estão na investigação por crimes de peculato, corrupção, lavagem de dinheiro, além da formação de quadrilha. São elas: deputado estadual Gilmar Fabris, advogado Rogério Silveira, assessor parlamentar William César Neponuceno, o corretor Ricardo Bignelli e o servidor público Elmo Pimentel.

Denúncia

Um agente fazendário, que não quis se identificar temendo ser assassinado, revelou há pouco que duas cartas de crédito, uma valor de R$ 1,2 milhão e outra de R$ 600 mil, foram emitidas em seu nome sem ele ter conhecimento. "Tomei conhecimento este ano que duas cartas de crédito haviam sido emitidas em meu nome sem eu saber", declarou em entrevista a TV Centro América (Rede Globo).

A testemunha questionou a participação do advogado Ocimar Campos nas negociações envolvendo as cartas de crédito. "Esse advogado não participou de nada. Como é que ele aparece da noite para o dia para negociar com a categoria pedindo 30% de honorários", disse, ao revelar que servidores chegaram a ser coagidos para contratar os serviços dos juristas.

Segundo o funcionário da Sefaz, o sentimento dos agentes é de terem sido enganados pelos falsários que agiram em conluio formando uma quadrilha. "A gente se sente enganado. Foi uma luta de anos e anos que agora você vê de forma deprimente", salientou.

O auditor geral do Estado, José Alves Filho, que fez um levantamento das cartas emitidas, garantiu que o Estado irá buscar ressarcir os valores desviados. "Vamos buscar os meios para recuperarmos o dinheiro para a sociedade", comentou.

Polícia encontra cópias de cartas em apartamento de concunhado de deputado

Cópias de cartas de crédito foram encontradas no apartamento do advogado Ocimar Carneiro, concunhado do deputado estadual Gilmar Fabris (PSD) e preso na operação Cartas Marcadas. Carneiro mora em Ribeirão Preto (SP), de onde três malotes de documentos que ainda estão sendo verificados pela Polícia Civil (PC) foram trazidos a Cuiabá. A residência do advogado foi um dos 14 locais onde foram cumpridos os mandados de busca e apreensão.

Junto com as cópias das cartas também foram encontrados comprovantes de depósitos, escrituras públicas e cheques. Também em Ribeirão Preto, no apartamento da sogra de Gilmar Fabris, mais de R$ 25 mil foram apreendidos pela Delegacia Fazendária. Neste apartamento, a polícia obteve grande parte dos documentos dos três malotes.

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