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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Perigosamente, revirando baús misteriosos do passado, jornalista Auro Ida mostra como o caminhoneiro Otaviano Pivetta se transformou num dos homens mais ricos de Mato Grosso!

Amizade comprometedora?

"Eu tenho orgulho de ter o apoio e a amizade de Otaviano Pivetta". A declaração foi feita pelo ex-procurador da República, José Pedro Taques (PDT), candidato ao Senado da República pela coligação Mato Grosso Muito Mais. Mas quem é Otaviano Pivetta que, de repente, se transformou no amigo, no ídolo de Pedro Taques, homem que foi temido e respeitado pelos "poderosos" quando era membro do MPF? Ex-prefeito de Lucas do Rio Verde e hoje deputado estadual, ele é uma das pessoas mais ricas do Estado, embora a sua principal empresa, a Vanguarda, esteja "encalacrada" por uma dívida milionária.

Dívida de mais de R$ 1 BILHÃO

De acordo com a revista Exame, a receita bruta da Vanguarda foi, no ano passado, superior a R$ 400 milhões. No entanto, não é possível saber a real situação, porque não foi divulgado o balanço completo, mostrando a receita líquida e a dívida como fizeram as empresas do ex-governador Blairo Maggi (PR), candidato ao Senado, e do prefeito de Lucas do Rio Verde, Marino Franz (PPS), outros milionários na política de Mato Grosso. No mercado, se comenta que, nos últimos cinco anos, a Vanguarda acumulou uma dívida anual próxima a R$ 200 milhões, que estaria hoje em torno de R$ 1 bilhão.

Jogada de MESTRE?

Estrategicamente, Pivetta abriu o capital da empresa, colocando no mercado de ações. Ao mesmo tempo, transferiu os bens para o seu nome como fazendas, imóveis etc. Dessa forma, tem uma dívida milionária na pessoa jurídica e, na física, se transformou numa pessoa extremamente rica. Em consequência, ele foi classificado pela Folha de S.Paulo como o terceiro mais rico no país a disputar as eleições de 2010, o que facilitou ainda mais seu acesso aos créditos bancários.

Líder do PDT praticando "trabalho escravo"?

Nem tudo, porém, são flores. No último final de semana, os funcionários da Vanguarda entraram em greve por não concordarem com o turno de trabalho. A empresa se negava a pagar horas extras, tentando obrigar o s funcionários a trabalharem nos finais de semana, alegando que a legislação trabalhista não se aplica ao campo. A semi-escravidão, que se tentou praticar nas fazendas de Pivetta, causou um mau estar. O PDT, seu partido, ocupa o Ministério do Trabalho com Carlos Lupi, onde se combate, com rigor, o trabalho escravo. O "problema" foi rapidamente encoberto para não pegar mal ao candidato a vice na chapa da coligação Mato Grosso Muito Mais e também para evitar que o fato viesse "manchar" a imagem do partido não só em Mato Grosso como no país. O assunto é tratado com reserva e, publicamente, apenas como uma manifestação pacífica. Ele arrenda suas fazendas para a Vanguarda, ou seja, faz um jogo contábil para ganhar mais dinheiro.

Rombo no Banco do Brasil e ameaças a repórter

De caminhoneiro no Rio Grande do Sul, Otaviano Pivetta amealhou uma fortuna em Mato Grosso, participando de alguns casos "obscuros" como o da Cooperlucas. Em entrevista a TV, Pedro Taques procurou inocentá-lo, dizendo que o juiz Julier Sebastião da Silva condenou aqueles que o denunciavam. Nesse processo específico, envolvendo Pedro Pereira e Paulo Bezerra, não me lembro da sua citação. O primeiro escândalo, sim, há a denúncia da sua participação na "quebra" da cooperativa. Anos atrás, na condição de repórter de A Gazeta, fiz matéria sobre o assunto. No outro dia, Pivetta e o seu então secretário de Agricultura, Egídio Raul Boabem, apareceram possessos no jornal. Falaram com João Dorileo e, depois, no primeiro contato tentaram me intimidar, mas diante da minha reação, recuou e coube ao Egídio pedir desculpas. Escrevi a sua versão. Há ainda outro fato "obscuro" da qual teria, segundo informações, a sua participação. Um gerente do Banco do Brasil foi demitido por razões não claras e outro foi trabalhar como secretário da sua gestão na cidade. O fato continua ainda um mistério. Como é a sua amizade com o seu companheiro de partido, Pedro Taques.

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