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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Pai de menor vítima de acidente quer fim da impunidade
Filha de 17 anos continua internada na UTI; outro menor dirigia o carro que bateu em árvore





O médico Osvaldo Mendes e o carro em que a filha estava: pelo fim da impunidade no trânsito



RAMON MONTEAGUDO
MidiaNews

Extremamente abalado pelo grave acidente que vitimou sua filha, o médico Osvaldo César Pinto Mendes anunciou que irá iniciar uma campanha pelo fim da impunidade relacionada a crimes de trânsito em Mato Grosso.

Ele é pai da menor B.B.P.M., de 17 anos, que sofreu traumatismo crânio-encefálico e contusão pulmonar e continua internada em Cuiabá, na UTI do Hospital Santa Rosa, em coma induzido, desde a madrugada da última sexta-feira (27).

A menor estava no banco da frente do veículo Agile placas NUF-1919, dirigido pelo menor A.C.F.F., de 17 anos, filho do ex-secretário de Estado Alexandre Furlan.

"Não vou admitir impunidade nesse caso. Estou muito abalado, com o coração focado na recuperação da minha filha, mas estou revoltado e vou começar uma campanha para que haja punição efetiva aos responsáveis legais. Não é possível que essa situação continue desse jeito... Essa moçada que dirige sem habilitação, com o aval dos pais, é a prova da impunidade", afirmou ao MidiaNews.

Osvaldo Mendes afirmou que irá agir para que a sociedade se conscientize sobre a violência do trânsito de Cuiabá.

"É preciso dar uma sacudida nas autoridades, nos segmentos sociais e na população em geral. É preciso dotar a cidade de radares eletrônicos, lombadas e outros equipamentos, mas exigir, com todo o rigor, a punição para menores infratores e seus responsáveis. É um absurdo, em qualquer Estado sério os responsáveis já estariam respondendo a processo em caso de um acidente como esse", afirmou.

Ele salientou que espera o respaldo do Ministério Público Estadual e de políticos para avançar nessa causa. "Sei que o Ministério Público está lutando pela volta dos radares eletrônicos. Isso é fundamental, mas precisa haver também vontade política", pontuou.

Osvaldo Mendes disse que o cinto de segurança e o airbag salvaram a vida de sua filha.

"Mas o carro estava correndo muito, provavelmente a 100 km/hora ou mais. Até porque ela teve lesões graves. O cinto e o airbag só dão garantira mesmo se o carro estiver abaixo de 80 km/h. Mais que isso, ele não resolve, apenas atenua. Foi o caso da minha filha", disse.

Coma induzido

Desde a última sexta-feira, Osvaldo e familiares acompanham a situação da menor B.B.P.M no próprio hospital. Ele explicou que, a partir de hoje, os médicos começarão os procedimentos para tentar tirá-la do coma induzido.

"Os medicamentos serão suspensos, de maneira controlada, e a nossa expectativa é que ela volte a respirar sem a ajuda dos aparelhos. Temos muitas esperanças de que ela reaja bem", disse.

Ele explicou que, a partir de agora, é que será possível realizar um diagnóstico mais preciso sobre a situação da filha.

"É um momento delicado, em que saberemos com mais exatidão como está a situação dela, como ela vai reagir, se terá sequelas... Aparentemente, apesar do traumatismo craniano, parece que não ouve lesão cerebral, só um edema. Mas, agora, os exames poderão dizer com mais precisão como as coisas estão", disse.

O acidente


O menor A.C.F.F. perdeu o controle do automóvel na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá, ao passar sobre uma poça d´água, na altura do Supermercado Modelo. O carro chocou-se, por volta das 3 horas, violentamente contra uma árvore, que caiu com o impacto.

B.B.P.M. ficou presa nas ferragens e foi atendida pelo SAMU. Além dos dois menores, estava também no carro Alice Carolina Bello, de 18 anos. Na hora da batida, ela estava no banco de trás do carro, sem cinto de seguranças.

Segundo informações, ela foi arremessada para fora do carro e sofreu várias fraturas, como no fêmur, clavícula, punhos e costelas. Ela também está na UTI do Hospital Santa Rosa, mas consciente.

O menor que dirigia o carro sofreu escoriações leves e não precisou ser internado.

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