Coordenador do PAC de Cuiabá é 'preso' mas empreiteira desmente
O imbróglio em torno do Programa de Aceleração e Crescimento, PAC, em Cuiabá, acaba de ganhar mais um capítulo. O coordenador do programa na capital, Aparecido Alves, afirmou que foi detido na tarde deste sábado (27) pela Polícia Militar enquanto trabalhava na ETA Tijucal e remete a ação à perseguição política. O procurador geral do município, Ussiel Tavares, nega que a prisão tenha ocorrido.
De acordo com o coordenador a "prisão", que durou cerca de 30 minutos, foi feita após suposta denúncia de que a Prefeitura estaria utilizando materiais da empreiteira Conspavi para concluir a obra.
“Fui pego de surpresa por voltas das 14h quando funcionários da Conspavi e uma viatura da PM invadiram a propriedade da Sanecap querendo paralisar os trabalhos. Disseram que receberam denúncia de que estaríamos usando material da empresa. Foi uma aberração”, narrou.
Aparecido garante que todo material utilizado na obra da estação de tratamento é de propriedade do Município e foi adquirido pela Sanecap. Para ele, a prisão teve cunho político. "Isso só pode ter ocorrido a serviço de alguém. Os policiais cumpriram papel partidário".
Em entrevista ao Olhar Direto, o coordenador disse ainda que foi ameaçado por um dos policiais, identificado segundo ele como "soldado Alves". O PM teria dito a Aparecido para "tomar muito cuidado".
"informei a eles que as investigações sobre o PAC estão tramitando na Justiça e que o caso não é de competência da Polícia Militar. Só fui solto porque insisti nos meus direitos", reclamou.
O procurador geral do Município, Ussiel Tavares, desmente a versão de Aparecido e diz que houve apenas uma “confusão” no local. “Não chegou a haver prisão. Os policiais apenas seguiram Aparecido onde ele ia”, disse por telefone.
Na opinião do procurador a denúncia de furto não justifica a ação da PM. “Não compreendi porque houve tanta determinação para apurar os fatos, levando-os até o local”, provocou o procurador.
A Conspavi Engenharia Civil era a empresa responsável pela construção da ETA Tijucal desde 2005. De acordo com o advogado da empresa, Paulo Frabrinny Medeiros, o último pagamento feito pela Prefeitura de Cuiabá foi feito em setembro de 2008. "Desde então, nenhum pagamento foi feito", garante Medeiros.
Ainda de acordo com o advogado, uma denúncia de "furto" foi feita pela própria empresa porque Aparecido Alves "teria se apropriado indevidamente de material pertencente à Conspavi".
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