Porque sou negro?
Líder comunitário denuncia sofrer discriminação racial na prefeitura de Várzea Grande
![]() "Não me atendem porque sou negro. Sou discriminado, sinto isso, pois quando chega uma pessoa branca ela vai passando na frente" - desabafa Dito do Nova Fronteira. |
Alberto Romeu
PlantãoNews
O líder comunitário denuncia que foi barrado ao tentar falar com uma chefe de setor. "Quando fui entrar na sala dela ela mandou eu esperar lá fora, mesmo sabendo que eu a procurava a pedido da primeira-dama, dona Miriam. Não aguentei. Perguntei se era por causa da minha cor e por eu ser pobre" detalhou Dito, relatando que a situação é frequente na prefeitura. Ele reclamou da chefia de gabinete, 'que trata a gente com pouco caso'. "Nunca me dão retorno. Não consigo falar com o prefeito [Sebastião dos Reis] de forma digna, nunca me deixaram entrar no gabinete dele" reclama ressaltando que quando consegue é "cercando o prefeito". Quero ser tratado de forma digna" cobrou, durante entrevista ao PlantãoNews.
O líder comunitário esclarece que não tem nenhum problema pessoal com o prefeito Sebastião dos Reis ou com a primera-dama Miriam “que tem um coração bom”, e aponta que o prefeito está mal assessorado e de gente que não deveria estar no cargo. “Os secretários estão afundando o prefeito. O Tião precisa por gente que goste da população pobre. Que converse com o cidadão, ouvir os problemas, saber o que querem. Eles [os secretários] não estão ouvindo as lideranças, estão correndo com as lideranças”.
Morador há mais de 20 anos no bairro Nova Fronteira, Dito diz que o bairro de um todo sofre com a falta de respeito, citando que as crianças não estudam no local e são obrigadas a se deslocarem a outros bairros por conta da escola (Escola Estadual Terezinha de Jesus da Silva )que deveria atender o ensino fundamental ter sido transformada em escola estadual. "As crianças correm risco de estupro, vão estudar longe por conta da escola que foi 'desviada' " para o Estado.
Dito do Nova Fronteira ressalta que o descaso chega a tanto que “já faz um tempo que estamos esperando o serviço de uma patrola e não é feito simplesmente porque falta um pneu” e desafia: “vamos ter que comprar um pneu e dai a gente faz o serviço”.
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