Andréa Haddad (RD News)
Líderes de movimentos comunitários saem em defesa do governo Silval Barbosa (PMDB) e repudiam o ato público convocado por entidades ligadas ao Sindipetróleo e ao tucanato em protesto ao escândalo da compra superfaturada de máquinas e à permanência do ex-secretário de Fazenda, Eder Moraes, à frente da Casa Civil. “Este ato está sendo financiado por notórios sonegadores. A Femab (Federação Mato-grossense das Associações de Bairros) foi comprada para atacar o governo e nós não concordamos com este tipo de uso político e financeiro das entidades populares”, denuncia o presidente da União Cuiabana de Associações de Moradores de Bairros (Ucamb), Édio Martins de Souza, que faz alusão às críticas dos empresários ao rigor fiscal implementado por Eder.
Membros de entidades que confirmaram presença na manifestação, prevista para a próxima segunda (10), também estranharam e demonstraram descontentamento com as decisões isoladas dos respectivos presidentes em anunciar apoio ao protesto. Um dos críticos dessa postura é o secretário-geral da Femab, Virgílio Sudré de Oliveira. “Esse é um ato isolado do presidente. É necessário que a sociedade e o movimento comunitário se mobilizem para saber quem está por trás de tudo isso. Vamos denunciar a todos”. Ele alerta que a representação da entidade no ato público não tem legitimidade, pois obrigatoriamente o presidente teria que convocar a executiva e conselho fiscal para assembleia geral.
A mesma posição é compartilhada pelo vice-presidente da União Coxipoense de Associações de Moradores de Bairros (Ucam), José Maurício, e pelo secretário-geral da entidade, Paulo Sardinha. “Não concordamos com essa manifestação, a assembleia geral não foi reunida. Isso não representa a posição da Ucam, mas uma declaração pessoal do presidente”, diz José Maurício. “Vamos combater incessantemente todas as inverdades”, frisa Sardinha.
Indignada, a presidente da União de Clube de Mães do Coxipó (UniclubMãe), Dinair Gonçalves de Jesus Silva, denuncia que o presidente da Femab está ludibriando lideranças comunitárias. Ela relata que só confirmou presença no ato porque informaram que se tratava de uma manifestação sobre transporte coletivo. “Me telefonaram convidando pra ir na praça discutir sobre a situação do transporte coletivo. Ninguém me falou nada sobre essa politicagem que estão fazendo”, reclama.
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