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E cobrando explicações do "capo" mafioso Aldo Lacatelli...
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Acusado de integrar "máfia dos combustíveis", Aldo Locatelli oferece um milhão para quem provar que é mafioso. Meu deus do céu, será que Locatelli só sabe usar a linguagem da grana?!
(EnockCavalcanti - PáginadoE)27/10/2011 - 00:01:00
Depois de pontificar no Midia News (será por acaso que foi no Midia News?), tentando jogar na lama a reputação do senador José Pedro Taques e do empresário Aldo Locatelli, o blogueiro José Muvuca Marcondes calou-se. Depois da grande ousadia, um pouco de silêncio. Informa que foi demitido do programa do Lino Rossi, na Mega FM, por pressão do Locatelli, e que está reestruturando sua vida - mas anuncia para o final de semana um novo artigo com novos e, garante ele, impactantes dados sobre a "máfia dos combustíveis".
Está todo mundo na cidade se perguntando: a quem serve o Muvuca? Eu, que não sou pitonisa, acho que o Muvuca está tentando encontrar um lugar nesse gelatinoso mundo da política. Se o inexpressivo Ralf Leite conseguiu - por que não eu? Vivemos tempos de Tiririca, não se esqueçam. Com a explosão de filiações no PSD e a grande força do novo partido de Riva, Rui Prado e Paulo Gasparoto em Mato Grosso, o Muvuca parece entusiasmado com as possibilidades de tentar uma eleição como vereador por este novo partido, em Cuiabá. Parece que ele acalenta esta ilusão - e, como todo mundo sabe, de ilusão também se vive. Então, ele tem que tentar fazer furor, bancando o lacerdista e tentando empolgar um eleitorado de direita e de centro direita que existe por aí - notadamente no meio da juventude cuiabana, que está chegando à idade de votar agora, em pleno Brasil onde os partidos ideológicos se esfacelaram e o que existe mesmo é uma força total para aquelas figuras que conseguem se pintar de carismáticas.
Vejam só que interessante: neste aspecto, Muvuca tem alguma coisa de Pedro Taques, porque, com os bons acessos que conseguiu no seu blogue, rindo e gozando da politicalha Mato Grosso, abrindo exceção apenas para o Geraldo Riva - que o teria socorrido naquele episódio de sua prisão quando atuava na Sema -, Muvuca parece estar achando que já tem condição de pontificar como um pequeno fenômeno eleitoral nesta Cuiabá tão cheia de incógnitas. A esquerda sumiu - e tá todo mundo fazendo política pelo centro, pela direita, pela extrema direita, já que a violência está nas ruas, a prefeitura sob Galindo não funciona, o governo do Estado parece que pertence a Éder Moraes e nada parece muito promissor. Com as instituições muito desacreditadas, fica aberto o espaço para os "salvadores da pátria". Todo mundo se lembra do fenômeno do Color de Mello.
Pedro Taques, com sua história de combate ao crime organizado, virou um fenômeno eleitoral - e, tão logo eleito, estranhamente, deixou de fazer deste combate, em Mato Grosso, uma peça importante do exercício de seu mandato. A campanha movida contra ele pelo Muvuca talvez venha mostrar ao Pedro Taques que muitos dos seus adversários daqueles tempos podem estar adormecidos mas não morreram. Então, ser acusado de integrar uma máfia dos combustíveis pode se ser, nesse momento, uma ácida situação irônica para quem andava julgando nunca mais precisar encarar este tipo de fantasma.
O que me parece lastimável, nesta altura deste enfrentamento, é a posição selvagemente capitalista adotada pelo empresário Aldo Locatelli, Acusado de capitanear a "máfia dos combustíveis" que andaria submetendo Pedro Taques a seus caprichos, Aldo valoriza e, de uma certa forma, confirma muito do discurso do Muvuca, ao oferecer um milhão de reais para quem conseguir provar que ele é, de fato, um mafioso. Muvuca o acusa de ser porta-voz da turma do dinheiro, na política, e o Locatelli recorre à linguagem do dinheiro na tentativa de tentar calar quem o expõe e questiona. Acho que, neste caso, o processo já anunciado contra as acusações lançadas pelo Muvuca contra ele e o senador do PDT seriam bastante, deixando que os esclarecimentos de posições viessem através da Justiça. Essa linguagem da grana acaba alimentando e engordando um caso que não deveria ser engordado por quem figure, verdadeiramente, como vítima de acusações irresponsáveis.
A linguagem do dinheiro é uma linguagem que seduz e corrompe, ao mesmo tempo. Não é à toa que o exercício da política anda tão corrompido neste Mato Grosso em que todos os partidos - até mesmo o velho PT pé no chão de antigamente - resolveram entregar seu comando nas mãos de empresários dos mais variados extratos ( o PT caiu no colo do PR de Maggi). Então, esse negócio de oferecer recompensas e agrados já é feio quando se sabe que feito costumeiramente nos bastidores e fica mais constrangedor quando vira abertamente uma moeda de troca no dia-a-dia da política.
Ao invés de oferecer grana para quem descobrir um dado mafioso em sua vida, por que é que o sr. Locatelli não cumpre o que prometeu, com estardalhaço nas páginas do "Jornal do ônibus", recentemente, e não nos revela os dados sobre irregularidades pretensamente praticadas por um secretário de Estado, neste Mato Grosso, o sr. Éder de Moraes - conforme o próprio Locatelli anunciou e até agora não cumpriu?
Será que depois do anúncio publicado no "Jornal do ônibus" já há um mês, houve alguém que conseguiu calar a boca do sr. Locatelli? Não fica bem fazer este tipo de anúncio irresponsavelmente. Se há fatos a serem denunciados, que eles sejam denunciados de fato. Se Locatelli não cumpre o que anuncia, poderemos então dizer que ele, como o Muvuca, também muito fala mas nada prova.
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