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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

MPF denuncia diretor da PJC por tentar ajudar deputado

Julia Munhoz (Olhar Direto)

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o diretor geral da Polícia Civil, delegado Paulo Vilela, por quebra de segredo de justiça e prevaricação, com o intuito de beneficiar o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual José Riva (PSD), em um processo que tramitava na delegacia municipal de Campo Verde, em 2010.

A denúncia foi protocolada no dia 20 de outubro e foi recebida pela 5ª Vara Federal de Cuiabá na quarta-feira (26). Conforme o MPF, como medida substitutiva da prisão preventiva, foi pedido o afastamento imediato de Vilela do cargo de diretor-geral e de delegado de polícia, além da condenação dele por quebra de segredo de Justiça e prevaricação.

De acordo com a denúncia, no dia 03 de outubro do ano passado, Paulo Vilela determinou, através de uma portaria, a avocação dos documentos da investigação que envolvia o parlamentar para sua competência. Riva era investigado por suspeita de compra de votos no pleito eleitoral de 2010.

No dia seguinte, o assessor do delegado teria ido até Campo Verde no avião de Riva acompanhado de um de seus assessores para buscar o documento de investigação. Após conseguir as cópias, que continham informações sobre interceptações telefônicas e documentos apreendidos, o delegado as passou para Eder Moraes, na época secretário-chefe da Casa Civil. Fato que configura a quebra de sigilo funcional, conforme informou a assessoria do MPF.

Os procuradores da República acreditam que o delegado quis assumir as investigações para proteger ilicitamente Riva e, com a eleição do deputado, conseguir favores políticos junto à administração, mantendo-se no cargo ocupado. E as investigações, também conforme os procuradores, só não foram frustradas porque o delegado de Campo Verde informou ao Juízo Eleitoral, sobre a portaria, que juntamente com o Ministério Público determinou que a investigação passasse a ser conduzida pela Polícia Federal.

Segundo o MPF, em depoimento, uma das testemunhas disse que “o cargo dele é político e assim o Governo estava meio preocupado com aqueles documentos, pois não sabia o que tinha sido apreendido e com receio com a repercussão que o caso poderia ter se a imprensa tomasse conhecimento; que durante a conversa o diretor-geral disse que o promotor eleitoral de Campo Verde pegou pesado no parecer dele e em seguida disse que eu não podia ter informado ao juízo eleitoral sobre a portaria dele e que antes de tomar qualquer atitude tinha que tê-lo procurado pessoalmente para conversarem, ressaltando que aquele assunto não podia ser tratado sequer por telefone”.

Outro Lado

O diretor geral da PJC, Paulo Vilela, afirmou por meio da assessoria de imprensa que está tranquilo e vai oferecer sua defesa em juizo.

A redação tentou contato, por telefone, com o presidente da AL, mas os celulares estavam desligados.

O advogado de defesa do parlamentar, Valber Melo, afirmou ao Olhar Direto que como não houve denúncia contra Riva e não teve nenhuma acusação contra não há como se manifestar.

Taques pode deixar comando do diretório do PDT e aliviar pressão

De Brasília - Vinícius Tavares / Da Redação - Alline Marques (Olhar Direto)
Foto: AssessoriaTaques pode deixar comando do diretório do PDT e aliviar pressão

O senador Pedro Taques pode deixar o comando do Partido Democrático Trabalhista (PDT) em Mato Grosso, após a eleição do diretório estadual que será realizada neste sábado. O motivo seria o fato de ele passar mais tempo em Brasília, em razão do cargo de senador e presidente da Comissão de Segurança.

Em entrevista ao Olhar Direto, o senador informou que não vê problemas em outras lideranças assumirem o comando do diretório e destacou que o partido é democrático.

"Podemos abrir espaços para outras lideranças e temos bons nomes, como o do deputado Zeca Viana e da prefeita Maria Izaura (Alta Floresta). O partido é democrático. Tenho passado de três a quatro dias em Brasília, então acho que temos boas lideranças que possam liderar o partido", afirmou.

Taques ressaltou ainda que a escolha será definida no sábado, quando corre a eleição e a convenção estadual com a presença do secretário geral do PDT Nacional, Manoel Dias. "Esta definição ocorrerá no sábado".

Taques está na presidência da Comissão Provisória do partido desde maio e apesar de não admitir que esteja complicado conciliar as funções de líder partidiário e senador, o fato é que as pressão devido denúncias divulgadas pela imprensa eletrônica de Mato Grosso, e desmentidas por sua assessoria, de que ele estaria envolvido em uma máfia dos combuistíveis, pode ser um dos motivos de deixar o comando.

O senador também estaria sendo acusado por adversários dentro do PDT, como Rodrigo Rodrigues, de trabalhar às escondidas e de fazer manobras dentro do diretório para forçar a sua permanência no comando do partido. Isto porque a comissão provisória realiza a convenção partidária a dois dias do prazo final para inscrições de chapas para a escolha dos novos presidentes dos diretórios estadual e municipais.

"Não existe nada. Todos os assuntos ligados aos membros do PDT serão debatidos no sábado, na reunião do diretório", reafirmou.

O senador deverá manter contatos nos próximos dias com o ex-deputado estadual Otaviano Pivetta e com o secretário nacional do PDT, Manoel Dias, que chega a Cuiabá onde tentará, neste sábado (29), apaziguar os ânimos e evitar uma segunda grave crise no partido em menos de seis meses.



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