Informações inéditas sobre a trama envolvendo figurões da política mato-grossense que detonou candidaturas em 2006
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Waldebran Padilha ia construir fábrica de aviões (a jato) em Santo Antônio do Leverger com financiamento do Banco da Amazônia
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Empresário que ajudou a contratar aeronave para transportar a grana do dossiê , e que permaneceu foragido longo tempo sob acusação de pedofilia, confirma toda a história
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A prisão dos petistas Valdebran Padilha e Gedimar Passos com a mão numa bufunfa de R$ 1,7 milhão no hotel Íbis em São Paulo, em 15 de setembro de 2006, quase custou a reeleição do presidente Lula e frustrou também um antigo sonho de construir uma fábrica de aviões em Santo Antônio Leverger. Essa era a expectativa que movia o empresário e piloto Orides Barbosa, proprietário do aeroporto da cidade, quando intermediou o frete da aeronave que foi à capital paulista atender os petistas e transportar a grana até Cuiabá.
Planejamento da fábrica ainda no ano de 1994 tinha Valdebran como mentor
Valdebran iria ajudá-lo a obter financiamento público para montar a fábrica de aviões que planejavam juntos desde 1994, quando o orçamento do investimento era calculado em cruzeiros, no caso Cr$ 92 milhões da moeda que precedeu o real. O piloto não soube estimar o investimento atualizado para estabelecer o negócio, que voou pra longe após eclodir o escândalo do dossiê dos aloprados. O flagrante dado pelo delegado federal Edmilson Pereira Bruno rendeu ao próprio um processo administrativo disciplinar sob acusação de vazar as fotografias da dinheirama para a imprensa, mas vai render ainda muita dor de cabeça para os “aloprados do PT”, aos seus financiadores e àqueles que deixaram de cumprir o dever de investigar o caso a fundo.
Nada de fábrica de avião, mas sim um "cano" de R$22 mil no fretamento de avião
O ministro Aloísio Mercadante (C&T), o ministeriável Carlos Abicalil (MEC), o senador Blairo Maggi (PR), o delegado federal Diógenes Curado (premiado com a Secretaria de Segurança em Mato Grosso) e o procurador Mário Lúcio Avelar (transferido de Cuiabá para Goiânia) vão passar os próximos dias e meses se explicando. Outras personagens sombrias ainda vão surgir ao longo desta obscura história. Além do sonho frustrado pelo flagrante, Orides Barbosa ainda morreu com R$ 22 mil na época, para reembolsar o irmão Arlindo Barbosa pelo serviço de colocar um avião à disposição no aeroporto de São Paulo e transportar de volta para Cuiabá os petistas e o dinheiro. Arlindo confirma o serviço e o não recebimento. Diz que fez porque Orides avalizou. Um fica em Santo Antônio Leverger (MT) e o outro em Campo Grande (MS).
Uma das partes "furou" e o "esquema" desgringolou
O avião de Arlindo, de propriedade da empresa Mato Grosso do Sul Táxi Aéreo, decolou de Campo Grande para São Paulo para buscar a “encomenda”, no caso os dois petistas e a bufunfa para pagar o serviço dos Vedoin de envolver o tucano José Serra no escândalo das sanguessugas (ambulâncias). O combinado era passar algumas horas na capital paulista e retornar com destino ao aeroporto em Leverger. Segundo o também petista e ex-diretor do Banco do Brasil, Expedito Veloso, o esquema dos aloprados furou porque houve demora no levantamento da grana, rachada entre o grupo de Mercadante e o do falecido ex-governador paulista Orestes Quércia, à época aliado dos petistas. A Polícia Federal estava no encalço do grupo e flagrou Hamilton Lacerda, então assessor de Mercadante, com a pacoteira de dinheiro no momento da entrega a Valdebran Padilha e Gedimar Passos.
Fábrica empregaria 1.500 pessoas e produziria réplicas de jatos da Embraer
Arlindo Barbosa confirma que sua empresa foi procurada por Valdebran com recomendação de Orides e diz que fez a sua parte no combinado. “Chegou (o piloto) até o local para transportar o pessoal, mas eles estavam detidos e autorizei que voltasse, retornou vazio”. Segundo ele, não foi assinado contrato. “A responsabilidade era da empresa do seo Orides. Atendemos porque é pessoal conhecido”, disse. Os irmãos dizem que não sabiam que seria transportado dinheiro no vôo fretado. A notícia da prisão de Valdebran interrompeu as expectativas em torno de um projeto sonhado ao longo de 12 anos de construir uma indústria aeronáutica em Santo Antônio do Leverger. O dinheiro do financiamento seria obtido em parte junto ao Banco da Amazônia. A expectativa de liberação era para o mês seguinte ao flagrante em São Paulo. Orides, Valdebran e uma terceira pessoa não mencionada seriam os sócios. A idéia era fabricar réplicas do jato modelo Tucano. Orides diz que teriam capacidade de produzir 50 unidades por ano e que toda a produção do primeiro ano já estava encomendada. Um técnico da Embraer, com projeto homologado nos Estados Unidos, modelou a estrutura da fábrica de Mato Grosso. Eles iriam ficar milionários e gerar 1,5 mil empregos, lembra Orides.
Ex-futuro sócio de Valdebran, foragido por bom tempo, culpa petista por acusação de pedofilia
A sonhada fábrica de aviões foi para os ares depois da prisão dos aloprados e o escândalo do dossiê. Fosse apenas pelo episódio, seo Orides teria apenas que lamentar a falta de sorte e a frustração, mas o que ocorreu a seguir fez com que ele passasse a guardar uma enorme bronca do petista Valdebran Padilha. Seo Orides é dono de uma das melhores estruturas aeroportuárias privadas do estado. Uma área de grande porte em localização estratégica. Não foi ele quem revelou, mas fontes do Turma do Epa! informaram que o petista continuou de olho grande pra cima do patrimônio do empresário e piloto. Ele (Valdebran) teria “mexido os pauzinhos” para levar à frente uma prisão do seo Orides por abuso de menor. Ele chegou a ficar foragido por um período e responde a processo na justiça. Várias pessoas que convivem com seo Orides confirmam que por causa disso ele é um poço até aqui de mágoa. (Amanda Alves - Turma do Epa)
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