VLT pode emplacar,
mas só terceirizado
Comitiva de Mato Grosso -- que levou a vice-consulesa de Portugal como "intérprete" -- começou ontem seu giro pela Europa na cidade do Porto, que acaba de ampliar sua malha de VLT de 80 para 120 quilômetros.
Antes da viagem, na quinta pela manhã em São Paulo, o governador teve encontro com um banqueiro e, no mesmo dia à tarde, esteve em Campinas para reunião com um grupo chinês -- interessado no trem-bala São Paulo/Rio -- que também implanta e opera o sistema VLT, sob concessão a prazo de égua.
Voltando ao Porto de origem: nossa intrépida esquadra, ontem, sexta, esteve com o empreiteiro Soares da Costa -- que já implantou o sistema VLT na Arábia Saudita, Estados Unidos, Canadá e Israel --, que garantiu entregar os 23,6 km das obras civis do sistema em Cuiabá, preliminarmente orçadas em R$ 600 milhões, no prazo de 24 meses, em troca da exploração do serviço por 30 anos.
Os veículos monotrilho seriam fornecidos pela multinacional alemã Siemens AG, ao preço de R$ 300 milhões pelo comboio do sistema.
O pacotão "compreto" sairia por R$ 1 bilhão -- pouco mais, pouco menos.
Só tem um porém -- sempre tem um "porém": quando o companheiro-empreiteiro Soares da Costa pediu o projeto básico da obra, quase teve uma sapituca com a resposta, ao descobrir o que o e-leitor desta bat-calúnia soube, em primeiríssima mão, há muitas e muitas luas:
Não há projeto algum, nem para o VLT, nem para o BRT -- o que retardará o início das obras, seja qual for o sistema escolhido, em pelo menos oito meses -- porque a brava gente bronzeada da Ageporca, desde setembro de 2009, quando a agência foi criada, passou esse tempo todo preocupada com a reforma e decoração da suntuosa sede e enredada em nebulosos e milionários contratos de consultoria e "esqueceu" do fundamental: projetos básicos para o sistema de mobilidade urbana.
Por conta da falta de algo elementar, primário -- para não dizer "primata" --, o sistema VLT, que estaria pronto em abril/maio de 2013 -- antes, portanto, da Copa das Confederações -- se adotado, só estará em operação no início de 2014, às vésperas do Mundial, se tudo correr bem, claro.
A comitiva de Mato Grosso atravessou
7 mares para precificar uma obra sem
projeto. E "burro" ainda é o português!
Francamente!
EM TEMPO:
Neste exato momento, a nossa comitiva dá um rolé
pela cidade do Porto a bordo do VLT -- com ampla
aprovação do modal. Da boca pra fora, pelo menos.
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