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sexta-feira, 29 de outubro de 2010


Comunidade Zoró recorre a Riva e pede recuperação de escola



Da Assessoria

O ano letivo dos estudantes da comunidade Zoró poderá ser interrompido caso o Governo do Estado não realize a reforma da escola que atende a etnia. Localizada a 350 quilômetros de Rondolândia, Região Norte de Mato Grosso e distante a 1600 km de Cuiabá, a comunidade indígena recorreu ao deputado eleito José Riva (PP) para mostrar a necessidade de medidas emergenciais para continuar o cronograma escolar durante o período chuvoso.

Uma delas seria a liberação de recursos à aquisição de lonas para proteger o teto da escola que é de palha de babaçu e está bastante danificado por causa da umidade. Desde o início do ano, a Associação do Povo Indígena Zoró (APIZ) tenta viabilizar os recursos através da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), mas até o momento não obteve êxito.

A escola, que funciona em regime de alternância, atende as 23 aldeias da comunidade que tem pelo menos 650 índios Zoró, que vivem da extração de castanha do Brasil. São 198 estudantes para quatro salas de aulas, divididos em oito turmas que cursam do 5º ao 9º ano e também as séries do Ensino Fundamental. Por isso precisam de pelo menos mais cinco salas de aulas para melhorar o atendimento. “Essas melhorias evitam a evasão escolar e a migração indígena para a cidade, que sempre resulta num choque cultural”, avaliou a vereadora Lígia Neiva (PTB), ao acrescentar que além de estragar os materiais, alunos e professores estão ficando doentes devido ao ambiente insalubre dos alojamentos e salas de aulas.

De acordo com a vereadora, o descaso da Seduc com a educação do povo Zoró já vem sendo discutida desde o ano passado, quando o cacique Marcio Kyjanzap Zoró e o presidente da APIZ, Alfredo Sep Kiat Zoró estiveram com líderes indígenas, professores e o diretor da Aldeia Escola Estadual Indígena de Educação Básica Zarup Wej, em audiência com representantes da Seduc.

“As lideranças se mobilizaram para reivindicar a reforma das dependências da escola com a substituição das palhas por telhas ecológicas. Na ocasião, o secretário de Educação se comprometeu a solucionar o problema antes do início das chuvas do ano passado, mas até agora nada foi feito”, questionou.

Com essa situação, alunos e professores têm que deixar seus alojamentos, pois além de molhar as redes e materiais escolares, a estrutura de madeira, paredes e pinturas também estão comprometidas.

Segundo Riva, o assunto é preocupante, e deve ser resolvido com maior celeridade. "A comunidade não pode ficar sem a assistência escolar, e por isso mesmo, o assunto demanda extrema urgência. Vou levar o problema ao governador para conseguirmos uma solução a curto prazo", afirmou.

De acordo com o líder Zoró, em setembro deste ano, a Seduc concluiu o projeto de reforma, porém avisou que não dispõe de orçamento para a realização da obra. A etnia também reclama da aplicação dos recursos destinados ao transporte escolar indígena. Sem o repasse, segundo a vereadora Lígia, a comunidade realiza o transporte com carros de várias aldeias e já acumula uma dívida que ultrapassa R$ 50 mil.

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