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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Marinha orienta embarcações longe das barrancas para evitar ataques de onças
Sinézio Alcântara
de Cáceres (24horasnews)




Onças no Pantanal de Mato Grosso
Três ataques com uma morte em três anos

O comando da Marinha, em Cáceres, está orientando tripulações das embarcações a se manterem longe das barrancas do rio Paraguai, para evitar ataques de onças pintadas. A orientação tem sido dada aos comandantes das embarcações pesqueiras e barcos hotéis que, nesta época do ano, realizam passeios com grupos de turistas na região do Pantanal. Assim como as tripulações, os novos pilotos que participam de cursos oferecidos pela Agência Fluvial,para retiradas de carteira de arraes amador, também são orientados sobre as normas de segurança da navegação, no que se refere a ataques de animais silvestres.

“Devido ao baixo volume de água no rio é comum à tripulação aproximar e até parar as embarcações nas praias ou barrancas para que os passageiros registrem a paisagem, filmando ou tirando fotografias. Ficando expostos aos riscos de ataques das onças. Em razão disso, estamos recomendando aos comandantes para que evitem procedimentos dessa natureza” afirmou o capitão Pedro Garcia.

A orientação se insere na nova resolução aprovada pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONSEMA) que torna mais rígido o turismo de observação de onças em Mato Grosso. A medida foi criada para garantir a segurança, principalmente, de turista que costumam se arriscar para registrar a presença do mamífero na área pantaneira. Além da orientação para não se aproximar das margens, o comandante da Marinha, alerta aos pescadores e turistas para que evitem jogar alimentos e imitir ruídos do animal.

Pedro Garcia confirma as informações de que, para atrair a presença da onça e “facilitar a diversão” dos turistas, alguns pescadores jogam peixes e pedaços de carnes para cevar os felinos. “Infelizmente, alguns pescadores expõem os passageiros em riscos ao imitar o ruído ou cevar os animais, jogando peixes e pedaços de carne, nas margens, para atraí-los próximos aos barcos e dessa forma facilitar a diversão” observa lembrando que, a Marinha irá cumprir a resolução responsabilizando criminalmente, quem usar desses artifícios para “agradar” os visitantes.

Nos últimos anos, quatro anos, foram registrados, pelo menos, quatro ataques de onças na região do pantanal, dois quais um pescador morreu e três escaparam por pouco, ficando gravemente feridos. A primeira vítima foi o pescador Alex Luiz da Silva Lara, 22 anos. Ele foi atacadoao anoitecer do dia 24 de junho de 2008 quando pescava em companhia do pai, Alonso da Silva Lara, 54 anos, na localidade de “Pacu Gordo” próximo a Reserva Ecológica do Taimã, a 190 quilômetros de Cáceres. Alonso relatou que saiu da barraca de camping para procurar iscas e deixou o filho dormindo. Quando voltou, viu que o felinohavia rasgado a barraca e o tirado de dentro. Ele afirma ainda que viu o momento em que o rapaz era puxado pela cabeça.

Um ano e meio depois, no dia 13 de março de 2010, foi a vez do técnico ambiental do Instituto Chico Mendes, Waldemar Ortega, ser atacado pelo animal. Responsável pela Reserva Ecológica do Taimã, Waldemar foi surpreendido pela onça, por volta das 19h quando se dirigia a “casa de máquinas” da reserva para ligar o gerador de energia. Ele teve as calças rasgadas pelas unhas do felino. Acredita que só escapou com vida porque, em fração de segundos, pressentiu a presença do animal e se esquivou no momento do bote. Mesmo assim, ele sofreu vários ferimentos pelo corpo.

Quatro meses depois, em 14 de julho de 2010 a vítima foi o jovem João Vitor Brás, de 16 anos. A exemplo do pescador Alex Lara, João Vitor pescava próximo a reserva do Taimã, em companhia do pai e de um amigo - um grupo de pescadores de Minas Gerais. Os companheiros contam que ele foi atacado pela cabeça. E, só se salvou porque o piloteiro, em um ato de bravura, avançou contra o animal, desferindo várias pancadas na cabeça do bicho com um pedaço de ferro, fazendo com que largasse o garoto e se refugiasse no matagal. João Vitor sofreu várias fraturas, inclusive, craneana, mas felizmente sobreviveu.

Facilidade na fiscalização

Pelas normas da resolução do CONSEMA, durante a observação só poderão ser usados máquinas, filmadoras, binóculo e luneta. Está proibido o uso de qualquer objeto ou instrumento sonoro, visual ou que exale cheiro para não alterar o comportamento do animal.

"Ficou mais fácil da fiscalização estar atuando, mas sempre lembrando que esta resolução tem também o caráter educativo", avaliou o analista Pedro Julião de Castro Borges, da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema).

As embarcações deverão manter uma distância segura e no máximo 20 minutos de permanência no local. "Se não houver este tipo de regulamentação, os turistas podem ser colocados em situação de risco", pontou o biólogo Rogério Rossi.

Um comentário:

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