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terça-feira, 9 de agosto de 2011


Desmoralizado, Pagot agora cuida das fazendas e voltará para Amaggi
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Luiz Pagot, ex-trator da turma da botina e com influência na gestão Maggi e no Dnit, sai queimado da vida pública



Romilson Dourado (RDNews)


Ele vinha numa carreira meteórica e sonhava até em ser governador. Começou atuando forte nos bastidores, se tornou o todo poderoso do governo Blairo Maggi e chegou à direção-geral do Dnit. Acabou denunciado por supostas irregularidades e despencou com a mesma velocidade com que subiu. Luiz Antonio Pagot vê as portas se fechar na vida pública. Vai ser acolhido agora pelo grupo empresarial do seu padrinho, o senador Blairo Maggi, mas no próximo ano. Até lá está aproveitando para se dedicar aos negócios particulares, especialmente às duas fazendas que possui.

Nos anos 1990, Pagot atuava como assessor do então deputado federal e senador Jonas Pinheiro (já falecido). Ao mesmo tempo, respondia pela superintendência da Hermasa Navegação da Amazônia, um das empresas do grupo de Maggi. Depois, coordenou as duas campanhas vitoriosas de Blairo para governador, em 2002 e 2006. Com a chegada da turma da botina ao poder, Pagot se transformou num trator, atropelou aliados e adversários, e ocupou os cargos mais importantes da administração, como de secretário de Infraestrutura, da Casa Civil e de Educação.

Em 2006, a empolgação de Pagot com as benesses do poder era tanta que ele próprio se lançou pré-candidato ao governo estadual, quando ainda estava no PPS, já que Maggi não sinalizava interesse em buscar a reeleição. Ficou isolado. Descobriu que havia se precipitado e que o projeto não havia "decolado". Recuou.

Mais tarde, Maggi entrou nas articulações e o indicou para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no segundo governo Lula. Já no PR, Pagot começava uma outra fase como trator na administração central. Apesar da atuação afoita e polêmica, ele caiu nas graças da então ministra Dilma Rousseff, que o convidou para coordenar sua campanha presidencial em Mato Grosso.

As coisas caminhavam como Pagot planejava até que, há um mês, "estoura" escândalo no Ministério dos Transportes e em outros órgãos vinculados à pasta, como o Dnit, com denúncias de irregularidades e até de mensalão do PR, garantido com pagamento feito por empreiteiras e empresas de consultoria para se beneficiarem de licitações fraudulentas. O nome de Pagot entrou como um dos supostos envolvidos. A presidente Dilma mandou demití-lo. Mesmo de férias, o ex-secretário de Maggi, quando percebeu que entraria na faxina geral, assim como outros 26, pediu para sair.

Queimado e com a imagem manchada, Luiz Pagot não tem mais força política para tirar do lugar o trator que ele dirigia com facilidade. Sai de cena e volta à iniciativa privada. Morreu politicamente como peixe, fiscado pela boca.


Grana alta para torrar em 2012
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CEARÁ E VILSON NERY - Uma justificativa para venda da Sanecap é eleitoral. Ano que vem tem eleição e suas excelências necessitam de recursos para campanhas. Sabe como é, com preço do voto ‘nas alturas’, um milhão que vem é ‘um milhão bem vindo`


(Página do E)


O que existe por trás da pretensão da Prefeitura de Cuiabá de privatizar a Sanecep? Ceará e Vilson Nery, do MCCE, apontam a possibilidade de novos negócios sujos. E escrevem que "a sociedade ‘interessada na privatização’ já tem os seus potenciais integrantes (ou grandes defensores) escalados para a difundir a idéia. E o ‘timão’ é grande. Tem Wilson Santos, Chico Galindo, Antero, Lino Rossi, Ricarte de Freitas. Tudo gente boa, afinal o que constava nos inquéritos das operações Pasárgada, Arca de Noé, Sanguessuga, Aloprados (PF) e nos relatórios do Ministério Público de São Paulo era ‘ilação da justiça’! Confira o inteiro teor do artigo.

Os interesses na venda da Sanecap
Por Vilson Nery e Antonio Cavalcante Filho*

Toda essa discussão acerca da privatização do fornecimento de água tratada em Cuiabá ainda está bastante nebulosa e diante da histórica postura equivocada da câmara municipal (e seus integrantes) há necessidade de buscar os (reais) motivos de tanta insistência.

Não podemos esquecer do que foi ‘pauta’ recente dos edis: alguns meses discutindo como cassar vereador por quebra de decoro, e depois outros meses gastos no debate sobre como reintegrá-lo (ao ‘nobre’ quadro).

Fiscalizar PAC, sistema de educação pública, pronto socorro, Copa do Mundo ‘é para os fracos’. Os edis têm outras prioridades. Entre estas se inclui a entrega da Sanecap (de preferência, ‘de grátis’) à iniciativa privada.

Mas por que?, indagariam os súditos.

Expliquemos (ou justifiquemos), pois.

A primeira causa justificante é a incompetência (inaptidão, incapacidade) de gerência de nossas gestões municipais. Sim, porque irão privatizar (o sistema) também em Várzea Grande, e perder recursos federais já previstos (conveniados) para aplicação em saneamento e tratamento de esgoto para a região metropolitana.

Então é assim: se o gestor não pode manter uma maternidade pública, faz contrato de gestão. O cidadão tem o seu ‘nascimento privatizado’. E se não pode ter uma gestão eficiente dos cemitérios (a maioria dos ‘campos santos’ de Cuiabá e Várzea Grande já são privados) vamos ‘privatizar a morte’.

Em Cuiabá já há um sistema privado que organiza o recebimento de corpos, a emissão de certidões de óbito e inumação. Tudo ‘a preços módicos’. E tente escapar do sistema (máfia?) se puder!

Mas então, vamos privatizar (ou extinguir) o cargo de prefeito e vice e dos vereadores. Porque existir gente ‘mamando’ nos ubres públicos se não existe função? Ora, a educação está sendo privatizada aos poucos (as ‘Bolsa Unic da vida’) a gestão da saúde (consome 15% do orçamento) já estão dando lucros aos empresários, que usam da estrutura construída com recursos públicos.

Ora, juntamente com a privatização da Sanecap vamos votar pela extinção dos cargos (e salários) de prefeito e vereador!

A segunda justificativa para a venda da Sanecap é eleitoral.

Ano que vem tem eleição municipal e suas excelências necessitam de recursos para suas campanhas (reeleição). Sabe como é, com o preço do voto ‘nas alturas’, um milhão que vem (pra campanha) é ‘um milhão bem vindo’.

E assim, os futuros donatários do sistema de água (com potencial de faturar 200 milhões/mês) podem abrir as burras e ‘influenciar no voto consciente’ dos edis, para aprovar a privatização, a toque de caixa, sem discutir com os súditos (usuários).

E o terceiro motivo?

Bom, a S/A (sociedade que já não é mais anônima) ‘interessada na privatização’ já tem os seus potenciais integrantes (ou grandes defensores) escalados para a difundir a idéia. E o ‘timão’ é grande. Tem Wilson Santos, Chico Galindo, Antero, Lino Rossi, Ricarte de Freitas. Tudo gente boa, afinal o que constava nos inquéritos das operações Pasárgada, Arca de Noé, Sanguessuga, Aloprados (PF) e nos relatórios do Ministério Público de São Paulo era ‘ilação da justiça’!

Do que jeito que anda a carruagem da privatização, teremos a reedição das expedições bandeirantes, quando exploradores paulistas vieram a Mato Grosso, apreenderam índios para escravizar (ou lhes deram espelhos) e levaram nosso ouro e pedras preciosas. Agora eles ‘levam’ a Sanecap.


*Vilson Nery e Antonio Cavalcante Filho são militantes do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral) em Mato Grosso

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