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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Auro Ida, misteriosamente, estava há 20 dias sem publicar nada e com olhos mirados em perigosa investigação jornalística

(Ely Santantonio)

Conheci o jornalista Auro Ida no início da década de 80, quando era correspondente do jornal O Globo em Mato Grosso e ele atuava como repórter político do Correio da Imprensa, do J. Maia, em Cuiabá. Uma época de violência geral. Cobrimos juntos o assassinato do candidato a prefeito pelo PMDB de Várzea Grande, Celso Quintella. O Correio era o único a denunciar detalhes do crime de mando. Não deu em nada.

Nossos caminhos cruzaram outras vezes, especialmente quando exerceu o cargo de titular da Secom Cuiabá na gestão do dinossáurico amigo Roberto França.

Passei a acompanhar seus artigos no jornal A Gazeta e, posteriormente, no site Olhar Direto, do Marcos Coutinho.

Uma vez nos cruzamos numa feirinha, em bairro periférico da Capital, e brinquei: "Tá longe do seu reduto, heim Áuro?" Ele sorriu e me perguntou se tinha lido um "pau" que tinha dado no juiz federal Julier e no ainda ex-procurador federal Pedro Taques...

Foi a última vez que nos topamos fisicamente. Mesmo assim, continuei a acompanhá-lo no site Olhar Direto. Seus artigos saiam de 3 em 3 dias ou, no máximo, com 5 dias de atraso. Misteriosamente, o último foi publicado no dia 4 deste mês.

Soube através através de um amigo comum que o Aureo estava envolvido numa investigação que, concluida, abalaria alicerces de figuras poderosas do Estado. Até dei algumas notinhas aqui no Cacetão... Uma das vertentes envolvia negociatas com precatórios. Fontes do governo estariam sendo usadas na obtenção de documentos incendiários.

Talvez nem seja o aprofundamento da investigação a causa do seu assassinato. Talvez o pistoleiro que o executou seja o mesmo que tirou (com precisão) a vida de um açougueiro em bairro grudado ao Osmar Cabral, fugindo em seguida numa bicicleta. Talvez...

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