Execução seria "queima de arquivo"
Ex-presidente da OAB-MT, Ussiel Tavares defende PF na investigação da morte de Auro
O advogado Ussiel Tavares defendeu a participação da Polícia Federal na investigação do assassinato do jornalista Auro Ida. O profissional foi executado com seis tiros de pistola, no começo da madrugada de sexta-feira (22), no bairro Jardim Fortaleza, na periferia de Cuiabá.
Um ofício neste sentido será encaminhado ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB/MT), Cláudio Stábile.
"Enquanto ex-presidente da OAB, entendo que a Polícia Federal vai ter mais isenção para investigar", alegou Tavares.
Embora a Polícia Civil trabalhe com a possibilidade de crime passional (motivado por paixão) - uma vez que Auro Ida estava namorando uma jovem de 19 anos recém-separada - , jornalistas e políticos não descartam a possibilidade, até mesmo, de uma "queima de arquivo".
Isso porque Auro Ida, considerado um dos mais eficientes jornalistas para colher informações de bastidores da política, teria revelado aos mais próximos que iniciara uma investigação a respeito de suspeitas de irregularidades em pagamento de precatórios do Estado.
As supostas fraudes seriam divulgadas em textos jornalísticos, o que desagradaria supostos grupos poderosos.
"Diante destas suspeitas, defendo que a OAB deve solicitar a presença da Polícia Federal. Com todo respeito à Polícia Civil, não há isenção neste cenário onde paira várias dúvidas. Para o bem da sociedade, familiares e a categoria dos jornalistas profissionais, é necessário o esclarecimento deste crime e as autoridades chegarem aos responsáveis", reforçou Ussiel Tavares.
Perseguição
Em entrevista ao Midianews, o deputado estadual José Riva (PP), presidente da Assembléia Legislativa, revelou que, numa breve conversa, Auro Ida relatou que estava sofrendo ameaças, por conta de reportagens que apurava.
"Aí tem coisa... Não acredito nessa tese de crime passional. Há um mês, ele (Auro) me comentou isso. Disse que recebeu uma ameaça por telefone, por causa de sua atividade jornalística", disse Riva.
Riva, que era amigo de Auro desde 1994, quando se elegeu deputado pela primeira vez, disse que irá solicitar o máximo rigor na apuração do caso. "Acho que precisa quebrar o sigilo telefônico dele e ir a fundo nas investigações. Um crime assim, de tamanha brutalidade, não pode ficar impune", disse o parlamentar.
Boletim de Ocorrência
Ao irmão de Riva, o ex-prefeito de Juara (709 km a Médio-Norte de Cuiabá), Priminho Riva, Auro também fez comentários nesse sentido.
"Ele falou isso e eu pedi para ele tomar cuidado e procurar a Polícia para fazer um boletim de ocorrências. Mas, ele disse que isso não resolveria nada e que sempre fez reportagens polêmicas e que continuaria assim", disse o ex-prefeito.
Priminho também afirmou que não acredita em crime passional(Mídianews)
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