Execução de AURO IDA
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Ligação de “ex” com traficante apurada
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Polícia investiga informação de que namorada anterior de jornalista assassinado tinha ligações com líder de tráfico. Inteligência da PF no caso
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A ex-namorada teria recebido um carro de presente do jornalista
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As denúncias recebidas pelos policiais dão conta de que a execução teria tido a anuência do "chefão", ao saber que o jornalista estava tendo caso com várias garotas locais, entre as quais sua ex-namorada. O traficante chegou a perguntar se o jornalista era de TV e como a resposta foi negativa, o criminoso não viu problemas
RENÊ DIÓZ
Diário de Cuiabá
A Polícia Civil está investigando a informação de que uma das mulheres que se relacionou com o jornalista Auro Ida, 53 anos, assassinado na noite da última quinta-feira, teria ligações com um traficante. A ex-namorada já teria recebido um carro do jornalista, que também chegou a arranjar-lhe um emprego na época em que os dois se relacionavam. A moça não é Bianca Nayara, com quem o jornalista namorava antes de morrer.
O delegado Antônio Carlos Garcia, titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP), admitiu que a polícia está trabalhando com essas informações, mas preferiu não confirmar o nome questionado pela reportagem nem informar se a pessoa já foi interrogada pela polícia. Porém, ele comentou que a mulher se relacionou com o traficante antes de namorar o jornalista.
No mesmo dia, a polícia descartou a suspeita sobre um homem detido no mesmo bairro onde o jornalista foi assassinado. Já a Polícia Federal (PF) anunciou que seu setor de Inteligência auxiliará nas investigações.
A participação da PF foi confirmada no fim da tarde de ontem pelo presidente do Sindicato dos Jornalistas (Sindjor), Téo Menezes, que, em parceira com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), solicitou a atuação federal.
Menezes explicou que a superintendência da PF se comunicou com a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) e acertou a colaboração. Menezes aproveitou para explicar que a atuação da PF não significará um inquérito paralelo, mas uma colaboração com a Polícia Civil. Antes da ajuda por meio da Inteligência, a PF já havia afirmado que ajudaria pelo menos disponibilizando estrutura.
Como argumentos para a participação da PF nas investigações, Sindjor e OAB mencionaram os prejuízos causados pela atual situação de greve na Polícia Civil e a hipótese de que a morte do jornalista tenha sido um crime de motivação política, o que fere o direito à informação e a liberdade de imprensa, como pontuou o presidente da OAB em Mato Grosso, Cláudio Stábile.
Sindjor e OAB também criticaram o fato de que a hipótese de motivação passional tem sido considerada praticamente a única linha de investigação para o crime, embora o titular da Sesp, Diógenes Curado, tenha afirmado que todas as hipóteses serão consideradas.
SUSPEITO - Voltaram à estaca zero ontem de manhã as investigações já em curso do assassinato de Auro Ida, executado com seis tiros de pistola no Jardim Fortaleza. Policiais militares detiveram ontem de madrugada um jovem de 19 anos sob a acusação de ser o pistoleiro contratado para matar o jornalista, a mando de um homem enciumado. Porém, o rapaz foi liberado por ausência de provas. O jovem foi detido por policiais militares em sua casa, no Jardim Fortaleza, próximo de onde ocorreu o assassinato.
A principal testemunha, a namorada de Auro, Bianca Nayara, não reconheceu o jovem como o autor dos disparos. Ainda durante a madrugada, ela foi chamada até a DHPP e afirmou não reconhecer o jovem como o autor do assassinato. Após a detenção, a mãe do rapaz autorizou os policiais a vasculhar a residência em busca da arma do crime, uma pistola calibre 380mm, mas nada foi encontrado. A casa fica vizinha de onde reside a testemunha e isso pode ter feito com que ela dissesse que não viu quem praticou o crime.
De lá, o jovem foi levado para a DHPP, onde foi ouvido pelo delegado Antônio Carlos Garcia. “Em princípio, não houve reconhecimento por parte da testemunha, não foi apreendida arma. Então, tivemos que liberar o rapaz”, informou o delegado. Garcia acrescentou que o suspeito não tem antecedente. Quando adolescente, chegou a ser detido por uso de entorpecente. Bianca foi ouvida no dia anterior pela polícia e reafirmou que não viu o criminoso. Ratificou a informação de que o assassino chegou de bicicleta e pediu para que ela saísse do carro, um Fiat Palio prata. Assim que chegou ao portão da casa, a menos de um metro da porta do carro, ouviu os disparos.
Havia a informação de que o jovem teria sido contratado por R$ 500, além de receber a pistola, como pagamento do crime de encomenda. O mandante seria um homem que não gostou de ver o jornalista envolvido com a namorada dele. As denúncias recebidas pelos policiais dão conta de que a execução teria tido a anuência de um traficante do bairro, ao saber que um jornalista estava tendo caso com várias garotas locais. O traficante chegou a perguntar se o jornalista era de TV e como a resposta foi negativa, o criminoso não viu problemas. (Colaborou Adilson Rosa)
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