As misteriosas voltas que o mundo dá!
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Pagot prova do mesmo veneno que usou para afastar adjunto em 2003
A cúpula do PR já teria mandado avisar a presidente Dilma Rousseff que, tão importante quanto escolher o nome do novo ministro dos Transportes, é aproveitar a negociação para reabilitar o afastado presidente do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transporte (DNIT), Luiz Antônio Pagot. A conversa interna veio à tona hoje, em edição do jornal O Estado de São Paulo. O problema é que, se Dilma ceder à pressão dos republicanos, corre o risco de ficar desmoralizada.
O próprio Maggi já passou por situação semelhante, logo no início de seu primeiro mandato como governador, em 2003 e, justamente, com seu homem de confiança do Dnit, Pagot. Porém, na época, a situação do pupilo era bem mais confortável do que hoje. O então secretário de Infraestrutura, em 2003, Luiz Antônio Pagot, recomendou e, Maggi, sem pestanejar, exonerou o adjunto da Sinfra, Zanete Ferreira Cardinal, do PFL, hoje DEM, por suposta irregularidade em contrato. Cardinal foi acusado de cometer erro contratual em uma obra, quando comandava o órgão, então Dermat, na gestão do ex-governador Jayme Campos, de 1991 a 1994.
Maggi deu a canetada fatal em Zanete, a pedido de Pagot, após tomar conhecimento do resultado de uma auditoria feita no órgão, que constatou a irregularidade. Maggi e Pagot, na época, com a bandeira de "quebrar de paradigmas", mal ouviram os argumentos de Cardinal, que se dizia inocente. A dispensa do adjunto, um dia após a vice-governadora Iraci França (PPS) divulgar carta recusando a pasta da Ação Social, geraria a primeira crise no governo.
Cardinal, em entrevista para o jornal A Gazeta, na época, assegurou que teve a iniciativa de pedir demissão e estava saindo de livre e espontânea vontade, mais ou menos como fez o ministro demissionário, Alfredo Nascimento. Cardinal, seguramente, deve ter ouvido alguma coisa como "pede pra sair", da mesma forma que o ministro deve ter ouvido de Dilma Rousseff.
A suposta irregularidade de Cardinal teria acontecido, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), na construção de uma ponte de concreto, na BR-163, em Peixoto de Azevedo. A obra, em parceria com o governo federal, foi contratada ainda na gestão de Carlos Bezerra-PMDB (87/89), mas executada somente na gestão de Jayme Campos. Quando feita a parceria com a União, o país era governado por José Sarney.
Em MT, já nos idos de 2003, a irregularidade apontada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e imputada a Zanete, era insignificante, perto das denúncias apresentadas atualmente contra o Ministério dos Transportes e seu braço maior, o Dnit, comandado por Pagot. Claro que uma coisa não justifica a outra.
Zanete Cardinal jurou inocência na época e disse que era ordenador de despesas sim, mas não sabia qual irregularidade havia cometido, já que, em 10 anos, nunca recebera qualquer notificação do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Da mesma forma que Cardinal, Pagot e Maggi, além de toda a cúpula do PR, negam qualquer envolvimento com esquemas de propinas no Ministério. Porém...
Blairo Maggi e Pagot, no episódio com Zanete, disseram que não tolerariam qualquer irregularidade no governo e, para não manchar a administração, preferiram cortar o suposto mal pela raiz. Coisa semelhante disse a presidente Dilma, ao saber das denúncias. Partindo do mesmo pressuposto que Pagot usou para afastar Zanete, Dilma, então, não deve pensar diferente no caso do escândalo das propinas do PR, no Dnit.
Meses depois de ser afastado, do governo Maggi, Cardinal, numa quinta-feira (03 de julho) foi ao gabinete de Maggi entregar documentos que comprovaram sua inocência no caso.
O ex-adjunto entregou certidões negativas do Tribunal de Contas do Estado, do Tribunal de Contas da União e da Justiça Federal sobre o episódio. Maggi, em ato louvável, chamou Zanete para reassumir posto no governo. Zanete preferiu não aceitar. São as voltas que a vida dá. (Fonte: Repórter MT)
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